24 de setembro de 2024

Polícia de SP investiga assassinato de mulher trans; imagens do crime foram gravadas por câmeras de segurança

Uma pessoa que estava no banco do passageiro de um carro atirou várias vezes contra Daniele Miranda Alves, de 21 anos. Ela estava acompanhada de uma amiga, que conseguiu fugir sem ferimentos. Polícia de SP investiga assassinato de mulher trans; imagens do crime foram gravadas por câmeras de segurança
A Polícia Civil de São Paulo investiga se uma jovem de 21 anos foi vítima de transfobia. Câmeras de segurança gravaram as imagens do crime.
No choro da Marta cabem saudade e inconformismo.
“A Dani era uma pessoa maravilhosa, uma filha carinhosa, sempre se preocupava comigo. Sonhadora, que tinha o sonho de viajar para fora para ter uma carreira lá fora, na Europa, ela sonhava muito alto, entendeu?”, conta a enfermeira Marta Figueiredo Miranda.
Marta é mãe de Daniele Miranda Alves, assassinada no último sábado na zona sul de São Paulo.
Pouco antes do crime, imagens de uma câmera de segurança mostram Daniele e uma amiga em frente a um bar com um grupo de pessoas. Daniele parece discutir com um rapaz e dá um tapa nele. Começa uma confusão.
Danielle fala com alguém que está em um carro vermelho e o motorista dá ré. Danielle e a amiga saem. No caminho, um carro vermelho, sem placa, para perto delas. A pessoa que estava no banco do passageiro atira várias vezes contra as duas. A amiga corre. Daniele é atingida. Ela ainda conseguiu chegar ao estacionamento de um condomínio, mas morreu antes do socorro chegar.
Pouco depois do crime, a polícia prendeu o motorista do carro vermelho: Breno Fernandes Silva. Segundo os investigadores, ele é o homem que aparece nessas imagens bem perto de Daniele e estava dirigindo o carro vermelho. A pessoa que estava no banco do passageiro e atirou ainda não foi identificada.
A amiga de Daniele não se feriu. Ela contou à polícia que o motorista do carro vermelho já tinha tentado atropelar as duas, depois da confusão. Os investigadores buscam agora descobrir o que motivou a agressão às duas amigas e os disparos que mataram Daniele.
“A motivação se trabalha com transfobia, porque em algum momento pode ter sido isso. Pode ser um dos motivos. É uma hipótese, mas não descartamos outras que possam ter acontecido”, diz Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.
“Eu quero que a Justiça, pelo menos a Polícia Civil investigue, encontre os outros culpados, porque não foi só um. Um está preso, não foi só um, tiveram vários envolvidos, então todos têm que pagar”, pede a mãe de Danielle.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com a defesa de Breno Fernandes Silva.
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