24 de setembro de 2024

FMI eleva projeção para o desempenho da economia brasileira em 2024

A previsão para o crescimento do Brasil em 2024 passou de 1,7% para 2,2%. O desempenho é menor do que registrado em 2023. FMI eleva projeção para o desempenho da economia brasileira em 2024
Jornal Nacional/ Reprodução
O Fundo Monetário Internacional revisou a previsão para o desempenho da economia do Brasil e do mundo.
As estimativas estão no relatório Panorama da Economia Global. A projeção para o crescimento mundial subiu levemente de 3,1% para 3,2%. O Fundo Monetário Internacional citou uma série de fatores que impedem uma expansão mais forte, entre eles:
as tensões geopolíticas, como as guerras entre Rússia e Ucrânia, e entre Israel e o Hamas;
e também os efeitos ainda persistentes da pandemia.
A previsão para o crescimento do Brasil em 2024 passou de 1,7% para 2,2%. O desempenho é menor do que registrado em 2023.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está em Washington para participar da reunião do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, também avalia que a economia brasileira deve desacelerar em 2024, mas que o desempenho vai ser melhor do que o estimado pelo relatório do FMI.
“Nós também projetamos um crescimento menor do que o ano passado em função da safra. Safra bem menor do que a do ano passado, provavelmente. Mas o nosso crescimento é um pouquinho melhor do que o projetado pelo FMI e um pouco menor do que alguns bancos estão projetando”, diz Haddad.
O ministro da Fazenda reafirmou que o Brasil está comprometido com o controle dos gastos. No projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias enviado nesta segunda (15) ao Congresso, o governo projetou que em 2025 o Brasil deve ter um déficit zero, ou seja: as receitas vão ser iguais às despesas. A projeção inicial do governo era que o país teria um superávit de 0,5%.
Governo reduz a meta das contas públicas para déficit zero em 2025
“O déficit primário, que há 10 anos supera 1,5% do PIB, ele vai cair para um patamar que não é o que nós gostaríamos. Mas nós estamos vivendo uma situação que nós temos que negociar todas as medidas, caso a caso, e em geral com perdas. Agora, o que nós fizemos? Nós estabelecemos uma trajetória que é consistente com o equilíbrio da dívida pública, mas factível à luz dos movimentos do Congresso Nacional nesses 15 meses, quase 16 meses que nós estamos à frente do governo. Não há razão para nós imaginarmos que os fundamentos da economia brasileira não estejam melhorando, inclusive porque a economia está crescendo, e o crescimento é parte da solução dos problemas das contas públicas”, afirma Haddad.
Nesta segunda (15), depois do anúncio da mudança na meta fiscal, o dólar subiu para o maior valor em mais de um ano. Fernando Haddad disse que essa alta não pode ser atribuída apenas ao cenário interno.
“A questão da atividade econômica nos Estados Unidos; a inflação divulgada, que ainda não foi devidamente digerida; o conflito no Oriente Médio, que escalou e ninguém sabe como isso vai se desdobrar; o preço do petróleo. Então, tem muita coisa que está fazendo com que o mundo esteja atento ao que está acontecendo nos Estados Unidos e o dólar está se valorizando frente às demais moedas. Eu diria que isso não explica tudo o que está acontecendo no Brasil, mas explica dois terços do que está acontecendo no Brasil”, acrescenta o ministro.
Dólar
Nesta terça-feira (16), o dólar comercial voltou a subir. Chegou a R$ 5,28 e fechou a R$ 5,26. De novo, o maior patamar em mais de um ano.
O principal índice da Bolsa de Valores brasileira caiu pela quinta vez seguida: 0,75%.
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