Especialistas apontam que, além do crime de ato obsceno, o ato também oferece riscos à saúde íntima. Casal é flagrado fazendo sexo em cima de moto aquática em São Vicente, SP
O vídeo do casal flagrado fazendo sexo em cima de uma moto aquática em alto-mar, em São Vicente, no litoral de São Paulo, continua repercutindo após ultrapassar as 140 milhões de visualizações nas redes sociais. Ao g1, especialistas explicaram que o ato não apenas é considerado crime, como também oferece riscos à saúde íntima dos envolvidos.
➡️ Atenção: O casal só responde a qualquer tipo de crime se for denunciado à polícia (leia mais abaixo).
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A cena foi registrada em local próximo à Garganta do Diabo, uma região conhecida pelo histórico de acidentes. “Quando estava voltando para a marina, onde eu ia guardar o jet ski, acabei encontrando esse casal em alto-mar, fiz esse vídeo na brincadeira e ele acabou viralizando”, contou o autor do vídeo.
Os profissionais da saúde explicaram as consequências de fazer sexo na praia, principalmente se a ação for realizada dentro do mar. Confira:
O infectologista Gustavo Pasquarelli explicou que o mar pode conter coliformes fecais [bactérias presentes no intestino dos seres humanos e animais] que, em quantidade elevada, ocasionam infecção uterina e urinária. “Os fungos são outros habitantes destes locais, então há de se tomar cuidado com candidíases [infecção que pode atingir a pele, vagina, boca e outros órgãos]”, afirmou ele.
Casal é flagrado fazendo sexo em cima de moto aquática em São Vicente (SP)
Reprodução/Instagram
Além disso, de acordo com o profissional, a água do mar costuma ter partículas de areia que podem causar fissuras na parede vaginal durante o atrito. O urologista Fabio Atz, responsável pelo Atz Day Hospital, acrescentou que a água dificulta a lubrificação e as ondas atrapalham a penetração adequada, aumentando os riscos de lesão na vagina e torção no pênis.
Passarelli destacou que a não utilização do preservativo pode causar Infecções Sexualmente Transmissíveis em qualquer circunstância. Atz afirmou que a má qualidade da água e pessoas já com lesões nas genitálias aumentam as chances de infecções durante o sexo no mar.
Peixes
O urologista afirmou que alguns estudos descrevem peixes que penetram na uretra feminina e masculina. Uma das espécies é o candiru, conhecido como “peixe-vampiro”. “Quando a gente urina na água sem a roupa íntima, […] ele vem procurando esse cheiro da ureia e pode penetrar dentro da uretra”, explicou Atz.
No entanto, ainda não é preciso se preocupar com este peixe nas praias do litoral de São Paulo. Passarelli afirmou que os candirus são peixes de água doce, pertencentes das Bacias Amazônicas.
Candiru alimentado de sangue – Paracanthopoma parva
Fernando Dagosta
Orientações
A ação não é permitida em praias, mas o infectologista listou algumas orientações para aqueles que, ainda assim, fazem sexo na praia:
Utilizar preservativos à base de silicone e não de água. O material indicado apresenta maior durabilidade nestas situações;
Higienizar as partes íntimas com água e sabão neutro após o ato sexual;
Procurar atendimento médico, se apresentar algum sintoma.
“Não existe nenhuma praia, mesmo as de nudismo, que tenham essa orientação de realizar sexo no mar. Mas, se isso é uma necessidade das pessoas e se elas acham seguro, que procurem fazer isso de forma restrita. Não se expondo para outras pessoas e assumindo esses riscos [de infecções]”, afirmou o urologista.
É crime
Casal é flagrado fazendo sexo ao lado de criança em praia de São Vicente (SP)
Reprodução/Redes sociais
Além de oferecer riscos à saúde, quando um casal foi flagrado fazendo sexo na praia do Gonzaguinha, também em São Vicente, especialistas explicaram ao g1 que praticar ato obsceno em local público é crime e pode ter consequências que levam à prisão.
Conforme descrito no artigo 233 do Código Penal Brasileiro, de acordo com os advogados Mario Bernardes e Fabio Hypolitto, praticar ato obsceno em lugar público, aberto ou exposto ao público, se enquadra em crime de menor potencial ofensivo. A pena é de três meses a um ano de prisão, ou multa.
Como denunciar?
A testemunha de um ato obsceno em um local público que se sentir incomodada com a situação pode, de acordo com os especialistas, acionar a Polícia Militar (PM) ou a Guarda Civil Municipal (GCM). Em seguida, as autoridades devem conduzir os autores até a delegacia mais próxima.
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