12 de fevereiro de 2025

Pesquisa mostra que a população de Belém está entre as que mais consomem cultura no Brasil


Segundo levantamento, belenenses têm percentuais de acesso numericamente acima da média nacional em nove das 14 atividades culturais pesquisadas. Belém do Pará
Setur/Gov Pa
A população de Belém está entre as que mais consomem cultura no Brasil, o levantamento é de uma pesquisa inédita divulgada nesta terça-feira (11) por uma empresa de consultoria especializada em políticas de marketing cultural, esportivo e social.
Segundo o levantamento, os belenenses têm percentuais de acesso numericamente acima da média nacional em nove das 14 atividades culturais pesquisadas.
Entre elas, MPB e gospel são os estilos musicais preferidos pelos moradores da capital, e o Círio de Nazaré é considerado o evento cultural mais importante da cidade.
A pesquisa já havia sido feita em 2017 e abordou 12 das 14 atividades analisadas em 2024, com a diferença de que não incluiu perguntas sobre visitas a locais históricos e feiras literárias.
Em comparação a 2017, Belém, assim como outras capitais, observou uma queda no acesso à maioria das atividades culturais.
Acesso e exclusão
De acordo com os dados, o percentual de pessoas que acessam atividades culturais em Belém se iguala ou supera a média registrada nas 27 capitais em 10 das 14 atividades pesquisadas.
A cidade das mangueiras, fica abaixo da média apenas em jogos eletrônicos (44%, contra 51% do total), shows de música (37%, contra 41%), teatro (21%, contra 25%) e, em menor proporção, cinema (47% e 48%, diferença dentro da margem de erro).
Entretanto, os moradores de Belém estão entre os que mais vão a feiras de livros (35%, ante 21% da média das capitais), apresentações de dança (30% e 24%) e museus (35% e 27%).
Do outro lado, referente à exclusão cultural, onde se considera as pessoas que nunca participaram das atividades pesquisadas, os resultados são semelhantes.
Em 11 das atividades, o percentual é inferior à média das capitais, sendo as principais exceções o circo (39% dos moradores de Belém nunca foram, contra 29% da média geral) e o teatro (43% nunca foram, contra 38% do total)
As maiores reduções ocorreram em festas populares (diminuição de 11 pontos percentuais), apresentações de dança (queda de 11 pontos) e shows (redução de 8 pontos). Por outro lado, houve um aumento, ainda que dentro da margem de erro, no acesso à leitura de livros e a museus.
Atividades culturais mais frequentadas
As atividades culturais mais frequentadas pelos Belenenses em ordem decrescente, são:
leitura de livros (65%);
visitas a locais históricos (50%);
ida ao cinema (47%);
jogos eletrônicos (44%);
festas populares (40%);
shows musicais (37%);
visitas a museus (35%);
feiras do livro (35%);
espetáculos de dança (30%);
bibliotecas (28%);
teatro (21%);
circos (14%);
saraus (14%);
concertos de música clássica (10%).
Público potencial e interesse
O levantamento também identificou o público potencial, ou seja, aquelas pessoas que não participaram de determinada atividade nos 12 meses anteriores, mas demonstraram interesse em participar. São elas, cinco atividades:
Shows musicais;
festas populares;
museus, teatro e dança.
Os resultados mostram que, em algumas das atividades analisadas, se o público potencial realmente participasse, o acesso seria praticamente dobrado. Por exemplo, 30% dos entrevistados participaram de alguma atividade de dança, enquanto 27% não foram, mas expressaram grande desejo de participar. No caso do teatro, o acesso foi de 21%, e 35% não participaram, mas mostraram alto interesse em ir.
Música e audiovisual
Os moradores têm preferência por MPB (28%) e gospel (27%). A maioria consome música pelo celular (86%), utilizando plataformas como YouTube (67%), Spotify (39%) e TikTok (32%).
No campo audiovisual, 47% dos entrevistados foram ao cinema no último ano, e em casa, a TV (82%) e o celular (64%) são os principais meios para assistir a filmes e séries. TV aberta (45%), serviços de streaming (43%) e e TV por assinatura (40%) são as fontes mais utilizadas.
Teatro
Entre os entrevistado que disseram ter ido ao teatro no último ano (21%), 63% viram um espetáculo de teatro para adultos e 55%, um musical. Metade do público costuma ir ao teatro em família com crianças (50%), seguida por quem vai em casal (19%) ou com amigos (16%). Entre os que não foram ao teatro, os motivos mais citados foram falta de tempo (35%), de interesse (30%) e questões econômicas (23%).
Museus
Emílio Goeldi é o mais citado como último museu visitado, com 45% das respostas. No total, 41 opções diferentes foram mencionadas pelos 35% da população que disseram ter visitado algum museu ou exposição nos 12 meses anteriores. Entre os entrevistados que frequentaram museus, metade (51%) afirmou que a última visita foi paga e 15% dos entrevistados disseram ter acessado o site de um museu para conhecer sua coleção.
Manifestações populares e eventos culturais
As festas juninas lideram em participação entre as festas populares de Belém, com 81% de frequência, seguidas por blocos de Carnaval (52%) e desfiles de Carnaval (31%).
O Círio de Nazaré é considerado o evento cultural mais importante da cidade, segundo os entrevistados. Já sobre a culinária local, os entrevistados destacam a maniçoba e o tacacá como os pratos mais representativos.
Espaços culturais e práticas artísticas
O Theatro da Paz, a Estação das Docas e o Museu Emílio Goeldi são amplamente conhecidos, com mais de 90% de reconhecimento entre os entrevistados. A Estação das Docas é o espaço cultural mais frequentado da capital, entre os dez mencionados aos entrevistados
Em relação à prática de atividades culturais, 40% dos moradores de Belém disseram praticar atividades culturais, como dança, artesanato e música, sendo a saúde mental (39%) a principal motivação. Ainda assim, 20% dos entrevistados nunca praticaram nenhuma das atividades listadas.
Nesta edição da pesquisa foram ouvidas 19.500 pessoas, moradoras de todas as capitais brasileiras – as 26 estaduais, além de Brasília – com idade a partir de 16 anos, de todos os níveis socioeconômicos, entre os dias 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024.
As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo populacional. Ao todo, os pesquisadores foram distribuídos por 1.930 pontos de fluxo (entre 40 e 300 por capital), em regiões com diferentes características sociais e econômicas.
Os entrevistados respondiam até 61 perguntas, além das relacionadas a características sociais e econômicas (como escolaridade, cor da pele etc.). O instituto responsável pelo estudo é o Datafolha.
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