Veja as críticas dos longas-metragens, assim como detalhes das performances de cada uma das rivais da brasileira na premiação. (Da esq. p/ dir.:) As atrizes Mikey Madison, Demi Moore, Karla Sofía Gascón e Cynthia Erivo
Reprodução
Primeiro original Globoplay, o filme “Ainda Estou Aqui” concorre a três categorias no Oscar: melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz (Fernanda Torres). A cerimônia, que vai ser transmitida pela TV Globo, acontece dia 2 de março.
Quem disputa o troféu com Fernanda são as atrizes Cynthia Erivo, por “Wicked”, Karla Sofía Gascón, por “Emilia Pérez”, Mikey Madison, por “Anora”, e Demi Moore, por “A substância”.
O g1 já assistiu a todos esses filmes. Veja a seguir as críticas dos longas, assim como detalhes das performances de cada uma das rivais de Fernanda.
Cynthia Erivo – ‘Wicked’
Cynthia Erivo como Elphaba em ‘Wicked’
Divulgação
O diretor estadunidense Jon M. Chu adaptou um dos espetáculos mais bem-sucedidos da história da Broadway. O filme “Wicked” triunfa por orgulhar os “theater kids” (como são chamados os fãs do teatro musical) que sempre amaram a história.
“Wicked” conta a história de Elphaba, papel de Cynthia Erivo. A personagem é uma jovem que nasceu com pele verde e se tornará a Bruxa Má do Oeste — retratada em “Mágico de Oz”. Ela entra na Universidade Shiz, onde conhece Galinda (que se tornaráGlinda, a Bruxa Boa). Revestida de fantasia, a fábula é centrada na amizade, mas também fala sobre injustiça, preconceito e até autoritarismo.
Titã do teatro musical e vencedora dos prêmios Tony, Grammy e Emmy, a atriz Erivo acerta o tom e leva doçura à Bruxa Má do Oeste, papel que requer nuances — Elphaba é uma bruxa fechada, firme, mas sensível.
Os potentes vocais de Erivo também arrematam o filme com grandeza. Essa é a segunda vez que ela é indicada ao Oscar de melhor atriz (a primeira foi em 2020, por “Harriet”).
Leia aqui a crítica completa do filme “Wicked”.
Karla Sofía Gascón – ‘Emilia Pérez’
Emilia Pérez
Divulgação
Dirigido pelo francês Jacques Audiard, o filme “Emilia Pérez” é o que recebeu mais indicações nesta edição do Oscar. Foram 13 nomeações. Sucesso no Festival de Cannes, o longa é uma adaptação de um capítulo do romance “Ecoute”, de Boris Razon.
O filme é centrada em Rita (Zoe Saldana), uma advogada cansada que um dia recebe uma ligação de Manitas del Monte (Karla Sofía Gascón), narcotraficante que deseja fazer uma cirurgia de resignação de sexo e, para isso, quer sua ajuda.
Primeira atriz trans a receber uma indicação ao Oscar, Karla Sofía Gascón é o coração de “Emilia Pérez”. A atriz impressiona com a masculinidade de Manitas e a feminilidade de Emilia.
Gascón constrói uma personagem complexa e, ao mesmo tempo, impressionante. Não à toa, um dos melhores momentos do filme é quando as duas personalidades da protagonista aparecem em cena.
No entanto, a atriz pode ser prejudicada no Oscar devido às recentes polêmicas que a envolvem. Alguns posts dela foram acusados de racismo e xenofobia. Nas publicações, ela critica muçulmanos, George Floyd e até mesmo a diversidade do Oscar 2021. A repercussão vem sendo tão grande que Gascón foi afastada da campanha do filme.
Leia aqui a crítica completa do filme “Emilia Pérez”.
Mikey Madison – ‘Anora’
Mikey Madison em ‘Anora’
Divulgação
Vencedor da palma de ouro no Festival de Cannes, “Anora” é um filme do estadunidense Sean Baker. À primeira vista, o longa até parece apenas uma excelente e muito carismática comédia romântica com toques eróticos, mas logo se desdobra em múltiplas camadas.
Todo esse incrível e excitante universo escondido, disfarçado em situações previsíveis, é guiado pela presença exuberante de Mikey Madison. No filme, ela interpreta uma stripper que conhece e se casa com um jovem herdeiro russo (Mark Eidelshtein).
Revelada com atuações psicóticas em “Era uma vez em… Hollywood” (2019) e “Pânico” (2022), Madison supera o risco de passar o resto da vida escalada em papéis do tipo, provando ser uma força em ascensão inevitável em Hollywood.
Por trás da sensualidade e carisma de sua protagonista, a atriz de 25 anos abriga uma vulnerabilidade – e, ok, uma boa dose de loucura – indispensável para a virada de estilo da trama e o final arrematador.
Leia aqui a crítica completa do filme “Anora”.
Demi Moore – ‘A substância’
‘A Substância’
Reprodução
Dirigido pela francesa Coralie Fargeat, o filme explora o gênero “body horror” e fala sobre pressão estética. O longa conta a história fictícia de Elisabeth, papel de Demi Moore.
Aos 50 anos, Elisabeth é apresentadora de um programa televisivo de ginástica, mas descobre que será trocada por uma atriz mais jovem. Com isso, ela entra em crise, e tudo muda quando a personagem encontra a Substância, uma espécie de droga que promete torná-la “a melhor versão de si mesma”, ou seja, mais jovem e mais bonita.
A atuação de Moore faz “A Substância” ser brutal e, não à toa, lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor atriz de comédia ou musical, o primeiro prêmio de sua carreira.
Demi se permite ficar feia e está totalmente à mercê do papel, disposta a deixar a câmera a escrutinar. Ela sofre, se machuca, se despe, se desmonta e deixa corpo (e alma) em tela. É o extremo oposto da sutil e contida atuação de Fernanda Torres em “Ainda Estou Aqui” — devido às diferenças entre as propostas de cada filme.
Leia aqui a crítica completa do filme “A Substância”.
A sutileza na atuação de Fernanda Torres em “Ainda Estou Aqui”