23 de fevereiro de 2025

Entenda características da geração Z no mercado de trabalho: ‘querem apoio emocional e empatia’, diz professor


Em centro de inovação de Piracicaba (SP), das 164 contratações feitas em 2024, 70 são de pessoas que se encaixam no perfil. Das 17 demissões ocorridas, 10 foram de jovens há menos de um ano no emprego. Geração Z deseja equilibrar trabalho e vida pessoal e empresas precisam se adaptar
Comportamentos e desejos de trabalhadores da chamada geração Z, aqueles nascidos em meados dos anos 90, têm causado estranhamentos em um mercado em que cargos de liderança, em sua maioria, são ocupados por profissionais nascidos em outras épocas, com outros costumes e valores.
Segundo pesquisadores, a geração Z é formada por pessoas nascidas depois de 1996, que já estão ou querem entrar no mercado de trabalho. Esse grupo é conhecido como ‘nativos digitais’ e vivenciaram o aumento da tecnologia e uso de redes sociais.
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Jovem, antenado e impaciente
Num centro de inovação em Piracicaba (SP), das 164 contratações feitas em 2024, 70 são de pessoas que se encaixam no perfil. Das 17 demissões ocorridas no último ano, dez foram de jovens que estavam há menos de um ano no emprego.
“Eles querem descomplicar o que as gerações anteriores construíram nesse trabalho mais quadrado, mais formatado, mais processual”, diz o professor e empreendedor Roberto Sachs.
Mestre em conflitos de gerações, Sachs, afirma que muitos integrantes da geração Z se sentem incompreendidos no emprego.
“Eles hoje não querem só apoio técnico, como a nossa geração, que é muito formatada no trabalho, mas também apoio emocional. Isso tem aparecido muito junto com uma outra palavra, empatia. Eles querem que os colegas entendam sua origem”, diz.
Preocupações além do salário
Para o estagiário Lucas, de 19 anos, as preocupações da vida adulta vão além do valor do salário.
“A gente se preocupa com o ambiente em que a gente está trabalhando, se é um ambiente estressante, que gera ansiedade. A partir do momento que eu saio do trabalho, eu sei que eu tenho outras tarefas para cuidar, e a saúde emocional, que é muito importante hoje em dia”, diz.
Para a geração Z, o sucesso não é apenas uma questão de alcançar determinadas posições hierárquicas
Getty Images/via BBC
Proporção da Geração Z
De acordo com apuração da EPTV, afiliada da TV Globo, consultorias internacionais calculam que a proporção de membros da geração Z no mercado de trabalho chegue a 27% ainda nesse ano e atinha 30% até 2030.
Entre as características desses profissionais está o fato de terem menos atenção em uma única coisa e mais ansiedade para agilizar a carreira.
“Quando a gente tem um objetivo, acho que é natural a gente tenha metas e corra atrás para alcançar essas metas. E isso traz uma rapidez para cumprir esses objetivos”, aponta a vendedora Giovanna Baioni, membro da geração Z.
Especialistas afirmam que, sem a interação presencial, jovens da geração Z não estão recebendo indicações sutis que poderiam ajudá-los no trabalho
GETTY IMAGES via BBC
Pai foi no 1º dia de trabalho
Uma flexibilidade semelhante a que a geração Z quer em seus empregos, também é esperada por recrutadores ao contratarem jovens. O escritório de uma indústria com quase 100 funcionários em Campinas (SP) já passou por momentos inusitados durante processos seletivos.
“Já aconteceu de o pai vir no primeiro dia de trabalho, para conhecer o ambiente e saber onde o filho vai trabalhar”, conta Mariza Correia, gestora de pessoas.
“Acho que o maior desafio é a gente equilibrar essa geração que está chegando agora com pouca experiência, mas com muita vontade de aprender e aprendendo e se adaptando rápido, com a geração atual, o profissional já com conhecimento. E ao final, a empresa ganhar, quando a gente tem esse mix de gerações”, diz Mariza.
Perspectiva de carreira
De acordo com Roberto Sachs, o mercado mundial aponta que, a partir de 2025, a geração Z começa a trabalhar numa perspectiva de carreira.
“Estudos internacionais apontam uma tendência de esperança de recolhimento. Só que eles estão rompendo bastante os padrões e quem é mais velho tem que compreender que as gerações que marcaram época foram idealistas e revolucionárias”, completa o professor.
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