Escola Livre de Redução de Danos preparou tabela com 28 tipos de combinações diferentes para alertar os usuários sobre os efeitos das drogas no organismo. Imagem de arquivo mostra carnaval de Olinda
Ricardo Labastier/Titular Fotografia
A redução de danos e riscos associados ao uso de drogas é uma das estratégias para evitar os efeitos no organismo que podem ser causados pela combinação de altas temperaturas, aglomeração e consumo de bebidas alcóolicas.
A orientação é da psicóloga Priscilla Gadelha, uma das coordenadoras da Escola Livre de Redução de Danos, e serve tanto para o uso de substâncias lícitas, com cerveja, quanto as ilícitas, como “loló”, maconha e estimulantes (cocaína e ecstasy).
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Pensando no carnaval, a Escola Livre de Redução de Danos preparou uma tabela com 28 tipos de combinações diferentes para alertar os usuários sobre os efeitos das drogas no organismo. Veja abaixo:
Tabela com informações sobre os riscos de 28 combinações de substâncias
Escola Livre de Redução de Danos/Divulgação
Abaixo confira dicas para brincar o carnaval com segurança:
Beba água
Hidrate-se, sempre. Isso pode fazer toda diferença, ainda mais neste calor. A necessidade de manter a hidratação é fundamental para quem consome bebidas alcóolicas.
Dê intervalos no álcool
Intercalar algumas pausas no consumo de bebidas alcoólicas também é outra estratégia que pode evitar ou amenizar as consequências e os efeitos do excesso.
Alimente-se
Como diz o ditado, “saco vazio não para em pé”. Manter-se alimentado possibilita mais lucidez e chances de recuperação do bem-estar, caso algo aconteça. Frutas, como laranja, banana e melancia, são boas opções.
Cuidado com o calor e reforce o protetor solar
A sensação térmica elevada pode levar pessoas ao mal-estar ou até desmaios. Ainda mais se o corpo estiver desidratado. O reforço do protetor solar é necessário por conta da transpiração excessiva. O uso de chapéus ou viseiras é outra dica.
Esteja bem consigo mesmo
Alguns dos efeitos negativos no uso de álcool e outras substâncias advêm de problemas anteriores ao uso, de natureza pessoal. Escolher um bom momento é importante.
Ande com pessoas de confiança
Faz a diferença uma rede de apoio, caso algum imprevisto ou algo de ruim aconteça. Se houver necessidade, peça ajuda a pessoas de confiança ou referência. Lembre-se: não consuma algo vindo de quem não conhece.
Atenção na volta para casa
A festa é boa quando tudo acaba bem. Se possível, volte para casa na companhia de pessoas conhecidas. Compartilhe a corrida e faça contato durante e/ou ao final do trajeto.
Sexo, só com proteção
No carnaval, os chamados comportamentos de risco podem favorecer relações sexuais desprotegidas. Por isso, é importante ter sempre preservativo no kit folia. Também é possível se proteger por meio da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), oferecida pelo SUS (veja aqui onde pegar) e, também, com a profilaxia pós-exposição (PeP), também pela rede pública (confira aqui).
Jovens e o álcool em excesso
A psicóloga Priscilla Gadelha destaca que é uma preocupação constante nos serviços de atendimento o elevado número de ocorrências de uso exagerado ou abusivo de bebidas alcoólicas por parte de jovens. Vale lembrar que, no Brasil, a venda desses produtos é proibida para mores de 18 anos.
“O álcool é uma droga normalizada e até estimulada na nossa sociedade. Isso acontece com ainda mais força no carnaval. Por isso, é importante ter em mente as dicas básicas de redução de danos. Isso pode fazer toda a diferença na qualidade do Carnaval das pessoas”, destaca.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo IBGE, 63% dos estudantes de escolas públicas e privadas entre 13 e 17 anos já experimentaram bebida alcoólica. Entre os jovens que fizeram uso do álcool, 47% relataram episódios de embriaguez.
A psicóloga alerta para os riscos e perigos do uso de mais de uma substância. “As reações podem ser potencializadas, gerando uma má experiência para a pessoa. Por isso, uma das orientações é a escolha por microdoses. É importante ter essa prudência”, explicou.
Para o carnaval, a Secretaria de Saúde do Recife montou um esquema que envolve 2,5 mil profissionais dedicados a atendimentos de urgência, serviços de prevenção a infecções sexualmente transmissíveis (IST), redução de danos e orientações à população.
Somente no Marco Zero, estarão disponíveis três Unidades de Suporte Básico (USB).
O que é Redução de Danos?
É um conjunto de políticas públicas e práticas individuais e coletivas, com o objetivo de reduzir ou evitar os danos associados ao uso de álcool e outras drogas em pessoas que não querem, não podem ou não conseguem parar de fazer uso.
As intervenções são baseadas no compromisso com a saúde pública, oferecendo possibilidades de cuidado às pessoas, principalmente as que fazem parte de grupos em vulnerabilidade social.
Uma das primeiras políticas públicas de RD foi a troca de seringas e agulhas para conter a transmissão de doenças, entre elas as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Também é outro exemplo de política pública bem-sucedida de redução de danos as propagandas antifumo nos maços de cigarros e restrições à propaganda tabagista.
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