25 de setembro de 2024

Chuva de meteoros terá pico na madrugada desta segunda (22); saiba como ver

Astrônomos dão dicas de como observar as ‘estrelas cadentes’. Entenda o que é uma chuva de meteoro e do que ela é formada. O que é e como ver uma chuva de meteoros?
Quem olhar para o céu entre a noite deste domingo (21) e a madrugada desta segunda-feira (22) tem grandes chances de ver uma chuva de meteoros.
A previsão é de que a chuva de meteoros Líridas, ou Lyrids, atinja o ápice nesse período, segundo o Observatório Nacional. Em condições ideais, há potencial de observação de até 18 “estrelas cadentes”, como popularmente os meteoros são conhecidos, por hora, segundo o instituto de pesquisa do governo federal.
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O astrônomo Amauri José da Luz Pereira, coordenador do Planetário e Observatório do Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba, explica que os cometas são como uma bola de pó e gelo, como um “gelo sujo”.
Na medida em que os cometas se movem, segundo o astrônomo, esse material vai se soltando, formando uma calda de partícula que descongela diante da proximidade do Sol.
“A chuva de meteoros é provocada justamente por essa poeira, por essa matéria que se desprendeu e que descongelou do corpo do cometa. Só que como a Terra, todos os anos, passa por esse mesmo ponto e como a nuvem é dinâmica, às vezes, tem um pouco mais ou um pouco menos de concentração de matéria naquela região”, afirma.
Um meteoro passa por estrelas no céu noturno durante a chuva anual de meteoros Perseidas perto da fronteira Israel-Egito em Ezuz, sul de Israel, na quarta-feira (12)
Amir Cohen/Reuters
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O instituto de pesquisa acrescenta que os meteoros pegam fogo – total ou parcialmente – diante da interação com a atmosfera terrestre e o oxigênio.
“Esse fenômeno cria uma luminosidade no céu, comumente conhecida como ‘estrela cadente’. Uma chuva de meteoros ocorre quando diversos meteoros cruzam o céu noturno originando-se de um ponto em comum, chamado radiante. No caso das Líridas, o radiante está na constelação de Lyra”, diz a organização científica.
O Observatório Nacional cita que todo ano, no fim de abril, a Terra passa por uma linha de poeira e detritos do Cometa Tatcher, criando a chuva de meteoros Líridas, por se alinhar à constelação de Lyra.
Como ver a chuva de meteoros? ☄️
Meteoro corta o céu com a Via Láctea vista à direita nas primeiras horas da manhã, durante a chuva de meteoros Perseidas. Vista da Cratera Ramon, perto da cidade de Mitzpe Ramon, no sul de Israel
Amir Cohen/Reuters
Conforme o astrônomo, a chuva de meteoros poderá ser vista à noite – as chances de observação aumentam à 1h de segunda e se o céu estiver limpo. É preciso olhar para a direção norte.
Porém, o Observatório alerta que, na noite do pico da chuva, a lua estará 96% cheia, dificultando a observação.
“Aqui de Curitiba, se alguém quiser se aventurar a ver uma estrela cadente, eu recomendo que procure ir para local alto e ir ao norte aqui de Curitiba, porque nós temos a questão da poluição luminosa da cidade, que acaba atrapalhando também. Então, o ideal é que seja o mais afastado possível que conseguir da poluição luminosa da cidade. Se puder ir para uma chácara, para campo, uma montanha”, recomenda o coordenador do Planetário e Observatório do CEP.
Vai com calma!
Amauri Pereira esclarece que é muito raro a observação do fenômeno tal qual uma chuva.
“A pessoa que quer observar um fenômeno como esse não tenha a ilusão que vai ser como os pingos de chuva, aquela coisa toda junta, que seria maravilhoso! […] É um pedacinho muito pequeno, de milímetros ou poucos centímetros, talvez do tamanho, no máximo, de um grão de ervilha, que entra a uma velocidade incrível em contato com a nossa atmosfera e aí ela deixa aquele rastro luminoso da estrela cadente.”
O Planetário e Observatório do Colégio Estadual do Paraná (CEP) realiza periodicamente atividades abertas à comunidade. Pelo grande interesse, as inscrições abrem sempre nas quartas-feiras que antecedem o evento.
A próxima sessão será no sábado, dia 27 de abril. Os interessados devem se inscrever pelo site a partir das 18h desta quarta-feira (24).
Apps ajudam a ‘mapear’ o céu🔭
A tecnologia pode ajudar quem quer observar as estrelas cadentes. O astrônomo dá a dica de aplicativos com versões gratuitas para celular e que ajudam a identificar, por exemplo, as constelações. Confira:
Stellarium
Star chart
Sky Map
Star wall
“E aí é uma caçada, que eu diria até interessante, para as famílias fazerem especialmente com as crianças. Mas vale à pena você ficar uma hora olhando para o céu, na direção [da constelação de Lyra], certamente verá uma estrela cadente!”, conta.
É raro, mas acontece 🍀
Pereira afirma que, no caso de meteoros maiores, é possível identificar a cor e até mesmo ouvir o barulho do fenômeno – o que é considerado algo muito raro.
“Às vezes a gente dá sorte dele ser grande, de ter uma certa coloração. E, às vezes, quando a rocha é muito grande, se for grande mesmo, vai ter, a hora que passar, até rastro. Às vezes até pode ter som. É muito raro isso, né? Porque teria que ser uma rocha bastante grande para que a gente pudesse ver isso também”, diz.
Chuva de meteoros Geminídeas
Climatempo
Algum meteoro pode cair na Terra? 💥
O astrônomo afirma que é possível, sim, um meteoro cair na Terra. Porém, quando isso acontece, ele é considerado um meteorito. Entenda as diferenças:
meteoroide: quando o corpo celeste ainda está no espaço;
meteoro: fenômeno luminoso no qual o meteoroide entra na atmosfera da Terra;
meteorito: quando o corpo celeste efetivamente chega até o solo.
“Normalmente [o meteoro] não chega, porque a atmosfera, apesar de ser muito fininha, comparativamente com o diâmetro da terra, […] ela cumpre a função, especialmente para os meteoros, que são rochas que entram a velocidades espantosas em contato com a nossa atmosfera”, explica.
Por que é importante entender as chuvas de meteoro?
Além da beleza do fenômeno, o Observatório Nacional destaca que as chuvas de meteoro ajudam a entender a formação do Sistema Solar.
“Ao investigar as propriedades dos detritos, é possível entender mais sobre os cometas e até mesmo fragmentos lunares e marcianos, resultantes de impactos antigos, assim como NEOS (Near Earth Objects), objetos próximos à órbita terrestre com atividade”, diz o instituto.
Além disso, tal conhecimento ajuda a estimar quando em que medida e época haverá maior incidência de detritos de correntes de meteoroides por onde a Terra passa periodicamente.
Ainda conforme o instituto de pesquisa, missões espaciais e centros de controle de satélites, munidos dessas informações, conseguem criar estratégias mais precisas de proteção de naves e equipamentos em órbita próxima à Terra e à Lua.
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