Grupo realizou ato em frente à prefeitura, no Viaduto do Chá. Empresa Mobicom-SP é investigada por comercializar as vagas no terminal para outros taxistas da cidade, o que é proibido por lei. Um grupo de taxistas que atua no aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, fez um novo protesto nesta quarta-feira (26) em frente à Prefeitura de São Paulo contra a entrada de uma nova empresa para operar o serviço de transporte no terminal.
✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp
Conforme o g1 publicou, a empresa – chamada Mobicom-SP – ganhou 15 vagas do Departamento de Transportes Públicos (DTP) para atuar no aeroporto num processo sem chamamento público e crivado de suspeitas.
Depois, ela passou a ser investigada por uma sindicância dentro do próprio DTP por comercializar as vagas no terminal para outros taxistas da cidade, o que é proibido por lei.
Um dos representantes da empresa disse ao g1 que a Mobicom-SP estava credenciando interessados nas vagas mediante o pagamento de R$ 2,5 mil a R$ 5 mil.
Ainda nesta manhã, a Secretaria de Transportes fez uma reunião entre as partes para tentar um acordo.
Procurada, a Prefeitura de SP não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem sobre o protesto nem informado o resultado da reunião.
LEIA MAIS:
Empresa que ganhou operação de vagas de táxi em Congonhas comercializa espaço irregularmente; valores chegam a R$ 5 mil; ouça
Prefeitura de SP vai investigar denúncia de comercialização ilegal de vagas de táxis no Aeroporto de Congonhas
Gestão Nunes muda disposição de táxis no Aeroporto de Congonhas, e motoristas que atuam no local há décadas criticam medida
Manifesto
Os taxistas de Congonhas pedem que a Mobicom-SP seja descredenciada do terminal e as vagas entregues a ela sejam sorteadas entre todos os taxistas da cidade, a exemplo do que a gestão Ricardo Nunes (MDB) já vinha fazendo antes de aparecer essa nova empresa.
O grupo entregou um manifesto à gestão Nunes pedindo mais transparência no credenciamento de qualquer empresa para operar em Congonhas e
“Mas estamos aqui, em um ato uníssono e pacífico, em busca de um apelo à nossa maior autoridade executiva. E de diálogo, já que infelizmente todas as outras esferas administrativas se esgotaram. Não se trata aqui de interesses corporativos, como alguns interessados querem fazer crer, para desvirtuar o debate. Se há interesse em aumentar a demanda de táxis nos terminais de nossa cidade, que o Departamento de Transportes Públicos promova os estudos necessários e realize o sorteio de pontos (com direitos de igual concorrência entre todos os taxistas), como já foi realizado ano passado”, diz o documento.
“Deixamos aqui a sugestão para que o debate público sobre o futuro do servico de táxi seja realizado com toda transparência possível, através de audiências públicas e pautado em estudos técnicos que garantam, respaldem e assegurem o melhor modelo possível a todos os interessados”, completou.
Taxistas contra a entrada da Mobicom-SP para administrar terminal do Aeroporto de Congonhas.
Reprodução
A Mobicom-SP tem ligações com o presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores de Empresas de Táxi de São Paulo (Simtetaxi), Antonio Matias, chamado de Ceará.
Filiado ao MDB – partido do prefeito – ele é o principal articulador da empresa Mobicom-SP, mesmo dizendo que não é sócio da companhia.
No ato desta quarta (26), os taxistas de Congonhas levaram faixas contra Antonio Matias e gritaram palavras de ordem contra o mesmo. Matias estava na reunião do DTP, que foi feita à portas fechadas.
Ato contra a CET
Taxistas de Congonhas impedem CET de pintar novas vagas destinadas à empresa investigada p
Na semana passada, os taxistas também fizeram outro protesto e não deixaram que a CET pintasse as novas vagas da empresa no aeroporto.
Eles já tinham impedido que os funcionários da gestão Ricardo Nunes (MDB) fizessem qualquer tipo de intervenção no espaço.
O protesto só cessou depois que Nunes foi acionado e determinou a retirada das equipes da CET do local até que um acordo sobre a instalação da Mobicom-SP aconteça ou que a sindicância interna da prefeitura seja concluída.
Empresa que ganhou operação de vagas de táxi em Congonhas comercializa espaço irregularmente
Em nota na semana passada, a prefeitura informou que a apuração sobre as acusações feitas contra a Mobcom-SP estão em andamento e podem levar a punições, como o seu descredenciamento.
Segundo o DTP, “a aprovação do novo ponto teve como objetivo ampliar a oferta de táxis no aeroporto, um pedido da própria concessionária que administra o local, visto que há momentos específicos em que o número de táxis não é suficiente para atendimento da demanda”.
Também em nota, a Aena, concessionária do aeroporto, informou que a redistribuição das vagas no local “faz parte de um projeto amplo de melhoria na mobilidade, com o objetivo de otimizar o embarque de passageiros em táxis e carros de aplicativos”.
A concessionária explicou que “solicitou à Prefeitura aumento na frota de táxis que servem o Aeroporto de Congonhas para ocupar as vagas já existentes que eventualmente ficam vazias em determinados horários. A Aena nunca solicitou aumento na quantidade de vagas de paradas de táxi”.
O g1 tentou contato com a Mobicom-SP, mas sem sucesso.
Taxistas fazem protesto no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de SP, contra pintura de vagas de nova empresa.
Reprodução