25 de setembro de 2024

Empresários afetados por interdição de prédio em Montes Claros fazem manifestação

Eles alegam que estão tendo prejuízos com os comércios fechados há quase duas semanas. CEO da construtora disse em entrevista à Inter TV que designou equipe para acompanhar os casos. Comerciantes perto do edifício Roma
Fabio Alexsandr/Inter TV
Empresários que estão sendo afetados pela interdição do edifício Roma, em Montes Claros, fizeram um protesto neste sábado (20) cobrando uma solução para o problema.
Dados do Corpo de Bombeiros apontam que no total 127 pessoas tiveram que sair de suas casas, 45 residem no Roma. Por conta da situação, outro prédio e 16 imóveis – que estão em um raio de 60 metros – permanecem vazios. O trânsito também segue fechado no local.
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O empresário Diego Fróes estima que teve um prejuízo que pode chegar a R$ 100 mil desde que teve que fechar as portas.
“Essa situação é pior do que o lockdown da pandemia, porque naquele momento a população tinha a opção de pedir delivery, nós poderíamos ofertar o delivery e as pessoas estavam dispostas a ajudar os estabelecimentos que estavam em delivery, hoje não. Hoje eu estou impedido, mas aqui no mesmo bairro os meus clientes estão comprando.”
O empresário fala ainda que teve que se desfazer de algumas mercadorias e que outras, principalmente carnes, estão sendo mantidas refrigeradas, o que ainda vai impactar em sua conta de energia.
“O que nós estamos buscando é um amparo pelos responsáveis, tentamos contato com a construtora e eles até nos responderam recentemente. Ontem, eu tive um contato com eles. Mas até o momento não recebemos nenhum auxílio e as contas não vão esperar.”
Maíra Andrade trabalha no ramo de tintas. Ela também destaca a mesma preocupação de Diego, as contas que precisam ser pagas sem que a empresa esteja faturando.
“Estamos totalmente indignados com a situação, com o descaso que a construtora está tendo com a gente e estamos fazendo essa manifestação no intuito de levar ao conhecimento da população e chamar atenção dos órgãos públicos. Estamos há 15 dias parados com os nossos comércios, as contas não param, são impostos, salários de funcionários, aluguel, não tem como, eu não consigo, meu prejuízo já está ficando insustentável.”
E os reflexos da interdição também são sentidos por quem não está no raio de 60 metros, mas tem comércios nas proximidades. Domenico Onand montou uma padaria há 40 dias. Com o trânsito fechado, o movimento dele caiu entre 40% e 60%.
“Com essas ruas principais fechadas, estamos tendo um impacto muito forte. As pessoas que estavam vindo aqui, mudaram de rota. Esperamos que acabe logo tudo, que as autoridades liberem as ruas e que tenhamos uma data específica, todo dia falam, hoje, amanhã, depois de amanhã…e o tempo passa e não temos uma resposta certa de quando isso vai acabar.”
Em entrevista ao MG1 (veja vídeo abaixo), o CEO da construtora Turano, Guilherme Turano, destacou ainda que pessoas que não estão no raio de 60 metros e manifestaram a vontade de sair por casa por medo, também foram acolhidas. Esse mesmo trabalho está sendo feito com os comerciantes.
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“Os comerciantes estão sendo tratados individualmente, caso a caso, designei uma equipe para atender comerciante por comerciantes, estamos conversando com todos e todos estão trazendo suas demandas. Da mesma forma que acolhemos os moradores, os moradores do entorno, estamos tentando e estamos conseguindo conversar com todo os comerciantes do entorno.”
Ao ser questionado sobre prazos, Turano falou que tudo depende do andamento dos trabalhos, já que “há um rito a ser seguido”. Primeiro, deve ser feita a elaboração de um laudo que permita liberar o entorno do edifício e depois um outro estudo técnico do caso com as soluções que serão propostas. Os profissionais envolvidos nos trabalhos foram contratados de forma independente.
Entenda o caso
A interdição do edifício Roma foi feita no dia 8 deste mês. Na ocasião, o Corpo de Bombeiros informou que o prédio apresenta comprometimento de mais de um pilar, sendo que um deles está com a ferragem exposta e rompimento de algumas barras, além de sinais de flambagem (encurvadura) na lateral afetada (veja vídeo abaixo).
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“Nós fizemos esse esvaziamento preventivo para aliviar o peso na estrutura. Tudo que a gente pode fazer para aliviar o peso da estrutura está sendo feito para que a gente possa fazer o escoramento com bastante segurança e deixar a equipe de engenharia entrar no prédio para fazer a avaliação de quais serão os passos necessários para a estabilização completa da edificação”, detalhou o coronel Júlio César Tófolli, do Corpo de Bombeiros, no dia da interdição.
Logo após o corrido, a construtora providenciou um reforço para a estrutura com a colocação de escoras que suportam oito toneladas cada e faz o monitoramento do prumo – que aponta se a edificação permanece estável. Além disso, o engenheiro calculista está elaborando um levantamento para atestar a integridade do edifício, o que pode permitir a liberação do entorno. As trincas e rachaduras também estão sendo acompanhadas por um engenheiro civil.
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