Discípulas de Mestre Joana Cavalcante, única mestra de maracatu de baque virado em atividade em Pernambuco, 350 batuqueiras mostram a força do maracatu pelas ruas do bairro desde 2008. Maracatu Batuque Mulher tem 350 batuqueiras e existe desde 2008.
Jorge Cavalcanti/g1
Gerações de meninas e mulheres encontraram na potência da percussão instrumento para enfrentar, unidas, as barreiras do machismo e do racismo. Elas fazem parte do Maracatu Baque Mulher, da Mestra Joana Cavalcante, que fez cortejo pelas ruas do Bairro do Recife na sexta-feira (28).
Talita Melo completou dez anos como porta-bandeira. Para ela, é revigorante desfilar ao lado de outras mulheres. “Somos fruto da nossa Mestra Joana Cavalcante, a única mestra de maracatu de baque virado em atuação em Pernambuco”, disse.
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Ela contou ao g1 que, nas 34 filiais do grupo, são cerca de 350 instrumentistas. “São 17 anos nesse trabalho, com dedicação e entusiasmo”, falou Talita.
O Baque Mulher quebra barreiras de gênero, inclusive, dentro do maracatu. A presença da mulher sempre foi essencial para a existência e a manutenção dessa tradição. Elas, no entanto, tinham mais espaço nas alas de dança e confecções das roupas.
A partir do trabalho da Mestra Joana, ganharam vez também na percussão. E passaram a formar um maracatu composto unicamente por mulheres.
Natural de João Pessoa (PB), a servidora pública Cristina Fagundes gostou do que viu. De uma mesa de um dos bares da Rua do Bom Jesus, ela assistiu à apresentação acompanhada da filha, de 15 anos.
“Achei muito interessante. Gosto de conversar sobre os problemas do machismo com ela. Por isso, fiz questão de mostrar que todas as integrantes são mulheres. Muito bonito e simbólico”.
Maracatu Batuque Mulher é pioneiro na participação feminina como instrumentistas
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