25 de setembro de 2024

Com imagem de Nossa Senhora Aparecida na madeira, artesã consegue mais de 5 milhões de visualizações em vídeo

Com apenas um pedaço de madeira, Karina Avelar esculpe obras encomendadas em todo o Brasil. Na pandemia, ela decidiu abandonar a fábrica de pão de queijo para se dedicar à arte. Marceneira de Uberaba usa madeira para fazer arte
Karina Melo/Arquivo Pessoal
O que muitos veem apenas como um pedaço de madeira crua, Karina Avelar de Melo vê como uma obra de arte. A uberabense, que trabalha há três anos como artesã, vem produzindo obras por encomenda para todo o Brasil.
Karina tem 35 anos e decidiu mudar de vida e seguir o sonho de trabalhar com arte na marcenaria. Em entrevista ao g1, ela conta que tudo começou como um hobby na pandemia, mas percebeu que poderia fazer disso a sua profissão e inspirar outras mulheres a fazerem o mesmo.
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Uma mudança radical
Antes de começar a trabalhar como artesã, Karina tinha uma fábrica de pão de queijo. Na pandemia, ela pediu ajuda para o padrasto, que tinha uma oficina de marcenaria e conhecer mais sobre, mas ainda como um hobby.
Aos poucos ela percebeu que gostava da área e tentou levar o negócio de pão de queijo junto com a marcenaria. No entanto, depois de um ano, ela percebeu que deveria escolher um dos dois para focar.
Poucos entenderam a escolha de deixar uma empresa estável para empreender em algo que, até então, era apenas um hobby. Só que Karina não ouviu as opiniões negativas e criou coragem para tomar a decisão de fechar a empresa e focar apenas em sua arte.
“Minha família, mesmo no começo, achava que eu era doida. Quando vendi a minha fábrica de pão de queijo pra focar apenas na marcenaria foi difícil.”
Depois de criar coragem, a marceneira encontrou outro desafio: encontrar clientes em Uberaba.
Do dia para a noite, viral na internet
Em 2022, Karina passou a dividir o espaço com o padrinho, que já tinha uma marcenaria. Ela disse que teve dificuldades em encontrar público em Uberaba, e aí decidiu se jogar na internet e encontrar clientes em outras cidades e até países.
Os primeiros vídeos não renderam muitos acessos. Mas tudo mudou no meio de 2023, quando um vídeo mostrando um produto encomendado por um cliente de Brasília viralizou com mais de 5 milhões de acessos. O produto: uma arte de Nossa Senhora Aparecida.
Uberabense conquista fãs e clientes nas redes sociais ao transformar madeira crua em arte
Do dia para a noite, a caixa de mensagens das redes sociais da marceneira lotaram. Pessoas de cidades, estados e até países diferentes queriam conhecer mais sobre a arte da Aroeiras Decor.
“Sabe quando você abre o telefone e vem 100 mensagens por minuto? Depois que o vídeo viralizou, foi nesse estilo. A minha vida e do meu padrinho mudou muito, da noite para o dia”.
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A arte de Karina
Karina mostra seu processo criativo nas redes sociais
Karina Melo/Arquivo Pessoal
Com bom humor e gírias mineiras, Karina conquistou fãs no Instagram e no TikTok. Além de compartilhar as obras prontas, ela mostra também o trabalho da equipe.
A mágica começa quando a artesã escolhe o pedaço de madeira que vai usar como base. Ela é a responsável por realizar a parte da criação, momento em que visualiza a imagem e as cores que serão utilizadas.

Depois da escolha da imagem, a madeira passa por um processo de queima e a resina é aplicada. A peça precisa descansar por um dia, antes do processo de rebaixamento começar.
É nesse momento que a madeira ganha a profundidade da peça. Quando já está rebaixada, é hora de aplicar o adesivo de vinil com a imagem escolhida. O processo todo, da criação até a finalização, dura em média 10 dias.
Escultura de Nossa Senhora
Karina Melo/Arquivo Pessoal
Segundo a artista, desde que começou, percebeu que inspirou outras pessoas a seguirem o mesmo estilo de arte. Por ser uma área predominantemente masculina, ela enfrentou preconceitos ao começar o trabalho.
“As pessoas pensam que não sou eu que faço as artes. No começo, quando fiz minha primeira exposição, que durou 2 anos, era comum os curadores, principalmente homens, perguntar se eu tinha feito realmente a obra. O que eu mais ouvia era homens não acreditando em meu trabalho.”
Depois de anos na área, ela está produzindo um curso on-line para ensinar outras pessoas sobre seu processo de arte.
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