3 de março de 2025

Funcionário de farmácia morto a tiros no Paraná enquanto trabalhava: o que se sabe e o que falta esclarecer


Câmera registrou assassinato de William Aparecido Henrique Ferreira, de 25 anos. Investigação mostra que vítima se relacionou com esposa de Jander Bezerra da Silva, que nega o crime. g1 tenta identificar defesa do suspeito. Funcionário de farmácia é morto a tiros enquanto trabalhava no Paraná
O assassinato de William Aparecido Henrique Ferreira, 25 anos, é investigado pela Polícia Civil (PC-PR), que quer identificar a motivação e autoria do crime.
O caso aconteceu em Londrina, no norte do Paraná, na quinta-feira (27). No mesmo dia, Jander Bezerra da Silva, de 29 anos, foi preso suspeito de atirar em William enquanto ele trabalhava em uma farmácia. Ele nega o crime. O g1 tenta identificar a defesa dele.
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Até o momento, a investigação mostra que o crime foi passional e aconteceu após William ter um breve relacionamento com a esposa de Jander, enquanto o casal estava separado.
Confira o que se sabe sobre o assassinato:
Quem era William?
Como foi o crime?
Como o suspeito pela morte de William foi identificado e preso?
O que o delegado diz sobre a motivação do crime?
O que falta esclarecer?
Quem era William?
Vítima tentou correr, mas foi atingida pelos diparos.
PM-PR
William Aparecido Henrique Ferreira era de Cambará, mas vivia em Londrina. As cidades ficam a 137 quilômetros de distância.
Ele completou 25 anos em janeiro e trabalhava na rede de farmácias há três anos, segundo a polícia.
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Como foi o crime?
Na quinta-feira (27), por volta das 11h25, o atirador entrou na farmácia, na Avenida Inglaterra, e pediu diretamente a William um medicamento.
As imagens divulgadas mostram a vítima indo até as prateleiras, momento em que o homem aponta o revólver na cabeça dela e tenta disparar pela primeira vez, mas a arma falha.
A gravação também mostra que William escutou o barulho e se afastou. Em seguida, foi atingido por pelo menos dois disparos.
O atirador saiu correndo e fugiu em uma motocicleta, de acordo com a Polícia Militar (PM-PR). Ele usava boné, mochila, moletom com capuz e calça.
Apesar da chegada do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), William não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Como o suspeito pela morte de William foi identificado e preso?
Assim que o crime aconteceu, a PM-PR recebeu informações anônimas sobre a identidade do suspeito. Os detalhes foram repassados à Polícia Civil, que iniciou as investigações.
“Como não tinha ligação com tráfico, prostituição, agiotagem, que poderia ser um caso passional ligado a uma relação afetiva que a vítima pudesse ter mantido. Isso foi um dos critérios que a gente conseguiu identificar o agente do fato”, disse o delegado Miguel Chibani em entrevista à RPC.
Os policiais chegaram até a casa de Jander Bezerra da Silva, onde tiveram a entrada permitida pela esposa do suspeito.
No local, de acordo com o termo de audiência, foi encontrada a moto que a polícia apurou ter sido usada no crime.
Os policiais também localizaram porções de maconha, cocaína e uma droga psicotrópica (MDMA) no imóvel, além de balança e embalagens. A suspeita é de que o homem faz separação das substâncias para o tráfico.
Após, Jander foi encontrado no trabalho, em um mercado. A PM comunicou sobre a prisão do suspeito por volta das 15h40 do mesmo dia.
À polícia, o homem negou ter atirado em William e disse que não estava na farmácia no momento do crime.
A polícia apurou que Jander combinou com o patrão, três dias antes da morte, que na quinta-feira, data da ocorrência, sairia do trabalho às 11h porque precisava levar os filhos ao médico. Em depoimento ao delegado, entretanto, o suspeito disse que estava em casa almoçando naquele horário.
As duas versões ainda não foram confirmadas por falta de provas. A esposa contou aos policiais que ele chegou para a refeição às 12h.
Um boné, reconhecido como sendo de Jander, foi colhido na cena do homicídio. Ele se recusou a fornecer material genético para ser comparado aos fios de cabelo encontrados no acessório.
Após audiência de custódia do suspeito, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva na sexta-feira (28).
O que o delegado diz sobre a motivação do crime?
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Segundo o delegado Miguel Chibani, que conduz a investigação, William teve um relacionamento com a esposa de Jander, e esta pode ser a motivação.
De acordo com o delegado, a vítima e a mulher se relacionaram por um curto período, há mais de um ano, enquanto ela estava separada. Depois que o casal reatou, Jander enviou mensagens ameaçando William.
O delegado também informou que, na semana do crime, a mulher tentou terminar o casamento com Jander, mas ele não aceitou.
“A gente acredita que dada essa não aceitação do término, isso teria motivado a ele a procurar a vítima [William]”, disse o delegado em entrevista à RPC.
Mesmo tendo recebido as ameaças, William não conhecia Jander pessoalmente. De acordo com o que foi apurado pela polícia, esse foi o motivo para a vítima não se assustar ao ver o homem na farmácia.
“A ameaça se deu já há algum tempo, pelo menos um ano. […] Eles não tiveram contato pessoal. Tanto que, pelas imagens, você percebe que o ofendido [William] conversa normalmente. Ele não se assusta, ele não recua, e tanto que vai buscar o medicamento para fazer a entrega”, detalha Chibani.
O que falta esclarecer?
A autoria do crime ainda precisa ser confirmada, já que Jander negou o crime.
A arma usada no homicídio não foi encontrada. A suspeita do delegado é de que seja um revólver, porque não foram encontradas cápsulas na cena do assassinato.
As roupas usadas pelo atirador também não foram localizadas. No momento da prisão, Jander estava usando o uniforme do trabalho.
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