Medida foi tomada depois que Trump mudou a postura de alinhamento dos EUA em relação à Ucrânia, que vinha desde o início da guerra. Trump e Zelensky batem boca na Casa Branca
Brian Snyder/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu nesta segunda-feira (3) toda a ajuda militar à Ucrânia após seu bate boca com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na semana passada.
“O presidente deixou claro que está focado na paz. Precisamos que nossos parceiros também estejam comprometidos com esse objetivo. Estamos pausando e revisando nossa ajuda para garantir que ela esteja contribuindo para uma solução”, disse o funcionário da Casa Branca à agência Reuters.
O gabinete de Zelensky não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A medida foi tomada depois que Trump mudou a postura de alinhamento dos EUA em relação à Ucrânia, que vinha desde o início da guerra. O ápice da mudança foi o confronto acalorado com Zelensky na Casa Branca, em que criticou o ucraniano por não demonstrar gratidão suficiente pelo apoio de Washington.
Veja trechos do bate-boca entre Trump, Zelensky e JD Vance (vídeo legendado)
Nesta segunda-feira, Trump novamente disse que o presidente da Ucrânia deveria ser mais agradecido pelo apoio americano, após responder a uma declaração de Zelensky, que dizia que o fim da guerra está “muito, muito distante”.
“Esta é a pior declaração que poderia ter sido feita por Zelensky, e a América não vai tolerar isso por muito mais tempo!” Trump escreveu no Truth Social, usando uma grafia alternativa do nome do líder ucraniano.
Zelensky: “Ainda estamos longe de um acordo de paz”
Trump também sugeriu que um acordo para permitir investimentos dos EUA nos minerais da Ucrânia ainda poderia ser fechado, apesar de sua frustração com Kiev. Enquanto isso, líderes europeus apresentavam propostas para uma trégua na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
A administração Trump vê esse acordo de minerais como uma maneira de os EUA recuperarem parte dos bilhões de dólares que forneceram à Ucrânia em ajuda financeira e militar desde a invasão russa há três anos.
Quando questionado se o acordo estava morto, Trump disse na Casa Branca: “Não, eu não acho.” O presidente americano descreveu o acordo como um “grande negócio para nós” e disse que daria uma atualização sobre a situação na noite de terça-feira.