Objetivo é expandir uso do equipamento, que fornece informações em tempo real que podem orientar políticas públicas em prol de desenvolvimento sustentável. Projeto financiado pela Fapesp é realizado em parceria entre universidades brasileiras, de Portugal e da Inglaterra. Escola de Ribeirão Preto tem aparelho que avalia ar que estudantes respiram
A cada 30 segundos, equipamentos instalados em uma sala de aula e no pátio avaliam, em tempo real, as condições do ar respirado por alunos da Escola Municipal “Professora Dercy Celia Seixas Ferrari”, no Jardim das Palmeiras, em Ribeirão Preto (SP).
Em testes há um ano, os sensores de baixo custo fazem parte de uma iniciativa planejada para ser expandida e que envolve universidades brasileiras e estrangeiras, financiada pela Fapesp, e com parcerias em cidades como Ribeirão Preto.
Com o monitoramento de escolas, praças, entre outros locais, o objetivo é melhorar a base de dados sobre o meio ambiente e orientar as políticas públicas em prol do desenvolvimento sustentável.
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“Serve tanto do ponto de vista da educação ambiental, para as próprias crianças terem a noção da importância da avaliação da qualidade do ar, da vegetação no entorno da escola, quanto para a prefeitura, para as secretarias, tomarem as devidas providências. E as providências são a manutenção do ambiente no entorno das escolas mais agradável, além de ter uma política de renovação do ar dentro dos ambientes fechados”, afirma Murilo Innocentini, coordenador de pós-graduação em tecnologia ambiental da Unaerp, uma das instituições envolvidas no projeto.
Escola municipal em Ribeirão Preto tem sensores de qualidade do ar em testes
Reprodução/EPTV
De dióxido de carbono a partículas de vírus
Instalados em caixas de plástico e que requerem apenas cuidados com calibração, os sensores foram desenvolvidos tanto para lugares fechados como escolas, hospitais, academias e bibliotecas, quanto para lugares abertos, e mede variáveis como a concentração de dióxido de carbono, partículas de poeira, pressão, umidade relativa do ar e até a presença de partículas de vírus como o da Covid-19.
“A gente analisa também o gás carbônico, que a gente emite sempre que a gente está respirando. Se a gente está em um ambiente fechado com portas e janelas, esse gás se acumula e ele é um indicativo de que a qualidade do ar não está boa, a gente precisa renovar esse ar pra não acumular os poluentes e evitar a disseminação de doenças também”, explica o pesquisador Nilo Fortes, pós-doutorando em tecnologia ambiental.
Todas as informações são transmitidas pela internet para um banco de dados que pode ser usado em sala de aula para uma abordagem sobre educação ambiental, por exemplo, mas também são analisadas em um laboratório da Unaerp há um ano.
Sensor de baixo custo em teste em escola de Ribeirão Preto mede variáveis como concentração de CO2
Reprodução/EPTV
Os primeiros dados já indicam alguns riscos tanto relacionados aos ambientes fechados, por conta da concentração de pessoas, quanto nos ambientes abertos, por conta da poluição em áreas urbanas.
“Em um ambiente fechado, a concentração de gases como CO2 emitido pelas pessoas eleva-se rapidamente, porque o ambiente fica fechado. E isso pode ser prejudicial a longo prazo, pela exposição. Do lado de fora, o problema é que nós temos no entorno das escolas tanto o trânsito que pode causar a presença de fumaça, que também é prejudicial se entra na sala, quanto a presença das queimadas ou da poeira que vêm do ambiente externo e que também pode atingir as salas”, afirma Innocentini.
Além da Unaerp, o projeto tem a participação de pesquisadores do Instituto Federal do Sul de Minas, a Universidade de Bath, na Inglaterra, a Universidade Fernando Pessoa e a Universidade do Porto, em Portugal.
Concentração de dióxido de carbono é uma das variáveis de um sensor de qualidade do ar em testes em escola de Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
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