6 de março de 2025

Governo federal reúne ministros e empresários para discutir preço dos alimentos nesta quinta


Inflação de alimentos em 2025 não deve subir mais do que no ano anterior, avaliam economistas ouvidos pelo g1. Aumento do custo da comida gera desgaste para o governo. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) se reunirá com empresários do setor de alimentos nesta quinta-feira (6) para discutir a inflação dos produtos alimentícios.
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Adriana Toffetti/Ato Press/Estadão Conteúdo
O governo federal estuda medidas para tentar conter os aumentos. O tema afeta a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A questão é uma das principais preocupações do presidente Lula no momento, porque tem um grande impacto em como a população enxerga o governo. Segundo especialistas, esse é um dos fatores que contribuem para a crise de popularidade que o Executivo enfrenta atualmente.
Dois encontros vão ser coordenados pelo vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O primeiro será pela manhã no gabinete da Vice-Presidência da República e terá a participação dos ministros Carlos Fávaro (PSD-MT), da Agricultura e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário (PT-SP), além de representantes de outros ministérios.
Já à tarde, Alckmin receberá no Ministério da Agricultura representantes do setor de alimentos.
No encontro desta quinta, de acordo com o blog do jornalista Valdo Cruz, Alckmin irá avaliar as medidas propostas ao longo da semana passada por setores da economia, como produtores rurais e proprietários de supermercados, enviadas aos ministros.
Depois da reunião técnica, Lula deve chamar sua equipe para tentar definir que medidas podem ser adotadas no tema.
Popularidade do governo Lula e a inflação dos alimentos; Klava analisa
Preço da comida aumentou
O preço da comida ainda vai pesar em 2025, mas não mais do que no ano passado, afirmam economistas ouvidos pelo g1.
Em 2024, os alimentos ficaram 7,7% mais caros em relação a 2023, de acordo com o IPCA, que é a inflação oficial. Mas a expectativa dos analistas é de que os preços desacelerem neste ano.
Os fatores que pressionaram a inflação de alimentos no Brasil desde 2020
Arte g1
Um sinal disso foi que, em janeiro, a alta para este grupo no IPCA foi de 0,96%, inferior ao 1,18% registrado em dezembro.
➡️ Mas quais produtos deverão dar um alívio mais rápido para o bolso do consumidor e quais continuarão sendo “vilões” da inflação? Segundo os especialistas ouvidos pelo g1:
de imediato, o consumidor pode esperar queda nos preços do óleo de soja e do leite. Em janeiro, a inflação desses alimentos já diminuiu;
o valor da carne também desacelerou em janeiro, mas as fortes exportações do Brasil e a diminuição do ritmo de abates podem não trazer um alívio tão grande;
café e laranja ainda seguirão com preços altos, diante de problemas com essas safras, entre outros motivos.
Alta no preço do café leva consumidores a buscarem alternativas
O economista Roberto Mendonça de Barros, fundador e sócio da consultoria MB Associados, prevê que os preços dos alimentos encerrem 2025 com uma alta em torno de 6%.
Já André Braz, economista do Ibre-FGV, estima que esse grupo deve ter uma inflação entre 7% e 6,5%, ou menor.
Entre os motivos para isso estão:
o crescimento da safra de grãos;
a previsão de melhora do clima em relação a 2024; e
a recente trajetória de recuo do dólar, uma moeda que influencia tanto no interesse do produtor em exportar mais como no custo dos cultivos.
Braz pontua que as famílias de baixa renda não devem sentir tão forte a desaceleração da inflação de alimentos, já que os preços desses itens vêm subindo há alguns anos acima da inflação média do Brasil.
“De janeiro de 2020 a dezembro de 2024, a alimentação subiu 55%, e o IPCA (o índice geral), 33%. Se os salários são corrigidos pelo IPCA, ou por algo em torno do IPCA, isso é péssimo para famílias de baixa renda que consomem, basicamente, toda a renda na compra de alimentos”, diz Braz.

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