27 de setembro de 2024

Guia de pesca avista onça duas vezes seguidas às margens do Rio Araguaia; vídeo

Guia Gilmar da Silva destacou importância de se manter distância segura do animal, evitar se aproximar demais e desligar o motor para não assustá-los. Entenda sobre o corredor da onça do Rio Araguaia. Guia de pesca avista onça duas vezes seguidas às margens do Rio Araguaia
O guia de pesca Gilmar Nunes da Silva avistou uma onça duas vezes seguidas às margens do Rio Araguaia, na região de Nova Crixás, no noroeste de Goiás. O vídeo gravado por ele mostra o animal caminhando na encosta da água e até deitado (assista acima).
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O vídeo foi gravado no domingo (22), no trecho conhecido como “corredor da onça” – entenda abaixo. Ao g1, o guia contou que trabalha na profissão há sete anos e já avistou onças no local diversas vezes.
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“Fiquei a uma distância segura para mim e para meus clientes. Ela agiu em uma naturalidade que até espantei, pois fazia tempo que não via uma onça tão mansa. Ela ficou na beirinha [do rio], levantou-se, andou uns dois metros, deitou-se, começou a balançar o rabo e olhou para nós. Depois, saí para pescar, bem pertinho. Quando voltei, lá estava ela novamente, deitadinha na beira do barranco”, contou o guia de pesca.
Gilmar da Silva destacou a importância de manter uma distância segura do animal, evitar se aproximar demais e desligar o motor para não assustá-los.
Corredor da onça
O Rio Araguaia tem cerca de 3 mil quilômetros do chamado “corredor da onça”, um corredor ecológico com cerca de 5 mil animais da espécie. Segundo o Instituto Onça-Pintada (IOP), que coordena o projeto, mais de mil quilômetros dessa reserva estão no estado de Goiás.
Ao g1, o fundador do Instituto Onça-Pintada, o biólogo Leandro Silveira, explicou que os corredores conectam uma região de mata a outra e são fundamentais para a preservação das onças.
“Sem corredores, as populações ficam ameaçadas de extinção por causa da consanguinidade genética. Os animais vão cruzando parentes com parentes, vão nascendo com problemas reprodutivos e acabam sendo extintos por questões genéticas”, explicou Leandro Silveira.
O fundador do IOP ressaltou que o corredor depende do cumprimento do código florestal e da Lei de Proteção à Fauna. “Cerca de 70% do corredor da onça está em áreas de reserva legal das propriedades ou das unidades de conservação, as áreas protegidas. Tem 57 áreas protegidas ao longo do corredor, entre terras indígenas e parque nacional”, disse.
Leandro Silveira afirmou ainda que a legislação ambiental deve ser cumprida à risca para o funcionamento do corredor, por meio da agricultura e pecuária mais sustentáveis.
Onça é vista duas vezes no Rio Araguaia, Goiás
Arquivo pessoal/ Gilmar da Silva
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