17 de março de 2025

‘Me senti com vergonha e com medo’: o desabafo da experiência traumática vivida por Ingrid Guimarães em voo dos EUA para o Brasil


O relato da atriz viralizou nas redes sociais e levantou o debate sobre os direitos do consumidor neste caso. Desabafo de Ingrid Guimarães sobre voo levanta debate sobre direitos do consumidor
Atrasos e cancelamentos de voos estão gerando uma onda de processos contra as companhias aéreas. O desabafo da atriz Ingrid Guimarães, após um voo de Nova York para o Rio de Janeiro, viralizou nas redes sociais e levantou o debate sobre os direitos do consumidor neste caso. No Fantástico deste domingo (16), a atriz revelou detalhes da violência que sofreu. Veja no vídeo acima.
“Uma cadeira da executiva quebrou, e eles escolheram uma pessoa da premium economy, que é aquela classe entre a executiva e a econômica, para sair. Aí, eu falei: ‘não, eu não vou sair, não, eu comprei e eu vou continuar aqui’. Aí, começaram as ameaças: ‘se você não sair, você nunca mais viaja de American Airlines'”, relata.
Segundo Ingrid, a abordagem dos funcionários foi agressiva, e um comissário brasileiro anunciou no microfone que todo o voo teria que ser esvaziado por causa de uma única passageira.
“E depois veio o pior, que foi o constrangimento. Todos os brasileiros em pé olhando para mim. Aí, uma mulher que estava na primeira fila, com um bebê de colo, começou a gritar comigo e falou: ‘é isso mesmo, Ingrid?’. A gente vai ter que descer por causa de um capricho seu?’, Porque não foi explicado para os brasileiros que eu estava ali sendo arrancada”, diz.
Sem alternativas, a atriz acabou aceitando sair e foi para a classe econômica.
“Eu falei: ‘eu vou sair, né?!’ Eu me senti muito acuada, constrangida, com vergonha e com medo. Essa sensação muito ruim, de sentir medo dentro de um voo”, afirma.
O desabafo da experiência traumática vivida por Ingrid Guimarães em voo dos EUA para o Brasil
Reprodução/TV Globo
Regras da companhia
A política da American Airlines prevê o “downgrade” — quando um passageiro de uma classe superior é transferido para uma inferior — em algumas situações, como:
Quando uma autoridade governamental precisa usar o assento.
Uma questão climática em que seja necessário redistribuir o peso da aeronave.
E situações fora do controle da companhia aérea.
A advogada de Ingrid, Simone Kamenetz, afirma que nenhuma dessas situações se aplicava ao caso e que a companhia deveria ter informado previamente a passageira sobre a impossibilidade de viajar na classe comprada.
“As companhias aéreas têm tratado de uma maneira abusiva os consumidores, e o Código de Defesa do Consumidor veio trazer para esses consumidores o direito de ser ressarcido”.
A Associação Brasileira das Companhias Aéreas diz que acompanha com preocupação o excesso de judicialização no transporte aéreo. E que o setor busca constantemente a evolução de processos e serviços para oferecer aos passageiros o melhor atendimento.
O secretário nacional de Defesa do Consumidor, Wadih Damous, orienta os passageiros a se informarem sobre seus direitos e denunciarem abusos aos Procons.
“Os passageiros têm que estar bem informados. Entrar no site da Anac, qualquer dúvida ligar para a empresa. E, se se sentir lesado, procurar um órgão de defesa do consumidor da sua cidade ou do seu estado, os Procons”, destaca o secretário nacional de Defesa do Consumidor, Wadih Damous.
Obrigações das companhias áreas
Entre as obrigações das companhias aéreas, estão:
Em caso de atrasos, a partir de uma hora, o passageiro tem que receber comunicação gratuita, como internet e telefone.
A partir de duas horas, alimentação.
Após quatro horas de atraso, acomodação e transporte, incluindo hospedagem, se necessário.
Além disso, quando o voo for cancelado, a companhia tem que oferecer: reembolso da passagem, reacomodação em outro voo, outro meio de transporte ou compensação financeira.
A Secretaria Nacional do Consumidor notificou a American Airlines no caso da atriz Ingrid Guimarães.
Em nota, a Anac informou que, como o incidente envolvendo Ingrid Guimarães e a American Airlines ocorreu em solo estrangeiro, valem os procedimentos dos órgãos reguladores do país em que houve a ocorrência.
Já a American Airlines disse, em nota, que pediu desculpas à atriz pelo ocorrido e que continuará a investigar o que ocorreu para garantir que isso não aconteça novamente.
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