27 de setembro de 2024

Polícia Federal volta a investigar envolvidos em ‘Massacre do Rio Abacaxis’ no interior do Amazonas

Na missão, a Polícia Federal também afirmou que buscou reparar os danos deixados às vítimas e familiares do crime. Ao menos cem famílias de onze comunidades relataram ter sofrido tortura, em 2020, para revelar o paradeiro dos assassinos de policiais militares na região do Rio Abacaxis.
Alexandro Pereira/Rede Amazônica
A Polícia Federal (PF) voltou à região do Rio Abacaxis, em Nova Olinda do Norte, no interior do Amazonas, entre os dias 15 e 23, para dar seguimento às investigações sobre os envolvidos no massacre que resultou no assassinato de pelo menos oito pessoas em agosto de 2020.
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Na missão, a PF também afirmou que buscou reparar os danos deixados às vítimas e familiares do crime.
“Pretende-se, ainda, congregar esforços institucionais e sociais que produzam um espaço de articulação intersetorial e interfederativa para que se crie uma agenda de trabalho de mediação de conflitos e de fortalecimento de políticas públicas territoriais e sociais, voltadas às comunidades tradicionais da região”, explicou.
Em abril de 2023, o ex-secretário de Segurança-Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, e o coronel da Polícia Militar, Airton Norte, foram indiciados pelos agentes federais por envolvimento na chacina.
À época, Bonates era o secretário de Segurança Pública do Amazonas, quando os policiais militares fizeram a operação com mais de 50 homens na região de Nova Olinda do Norte.
A investigação da Polícia Federal concluiu que a tropa, sob o comando do coronel Norte, invadiu casas sem ordem judicial, torturou moradores e assassinou cinco pessoas, entre indígenas e ribeirinhos, na região do Rio Abacaxis.
O grupo também seria responsável pelo desaparecimento de outras duas pessoas. Segundo a investigação, os corpos foram jogados no Rio Abacaxis, que corta o município.
Ainda em junho do ano passado, a Polícia Federal fez uma operação em Nova Olinda do Norte para cumprir mandados contra envolvidos no “Massacre do Rio Abacaxis”. Um hotel, usado por policiais militares para torturar uma das vítimas, e uma casa, que pertencem ao mesmo empresário, foram alvos dos agentes.
Caso
Em julho de 2020, o então secretário executivo do Governo do Amazonas, Saulo Rezende Costa, foi baleado no braço após tentar entrar com uma lancha particular em uma área proibida para pesca esportiva, em Nova Olinda do Norte.
Dias depois, quatro policiais militares à paisana foram até o local na mesma lancha para prender os atiradores. Houve confronto e dois policiais morreram.
Na época, o Governo do Amazonas anunciou uma grande operação na região. Bonates e Norte foram a Nova Olinda do Norte com o objetivo de desarticular a quadrilha que aterrorizava os moradores.
Ao menos cem famílias de onze comunidades relataram ter sofrido tortura para revelar o paradeiro dos assassinos dos policiais.
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