26 de dezembro de 2024

Polícia investiga versão de marido sobre tiro acidental que matou jovem de 19 anos em Ribeirão Preto, SP

Segundo Ministério Público, tipificação do crime pode mudar dependendo de conclusão do inquérito. Celulares devem passar por perícia. Testemunhas e mensagens devem ajudar polícia a esclarecer morte de Ana Júlia
A Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) vai investigar se o tiro que matou Ana Júlia dos Santos Borsoi Pereira, de 19 anos, foi acidental ou intencional e a tipificação do crime pode mudar a partir da conclusão do inquérito.
Isso porque, de acordo com o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, a jovem pode ter sido vítima de feminicídio.
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Ana Júlia morreu no domingo (28), quase 24 horas após o ocorrido. Marido dela, o vendedor Matheus Augusto Pinto, de 19 anos, principal suspeito, disse que manuseava a arma quando a mulher foi atingida por um disparo no tórax acidentalmente.
“Se for [tiro] acidental, ele [o marido] vai responder por homicídio culposo, possivelmente. Agora, se ficar provado que foi intencional, vai responder por homicídio doloso e qualificado feminicídio”, diz Nicolino.
A polícia também deve ouvir, nas próximas semanas, parentes e amigos do casal para investigar como era a relação dos dois.
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Tia da vítima, a cabeleireira Josiane Aparecida dos Santos Borges disse que a sobrinha tinha intenção de terminar o relacionamento após o aniversário de um ano do filho do casal.
“Ela comentou com a irmã mais uma vez que ia largar. Ela ia esperar a festa do Arthur, no dia 18 de maio, do bebê de um aninho, e comentou que queria largar depois, que não dava mais.”
Ana Júlia dos Santos Borsoi Pereira morreu após tiro disparado de arma do marido, Matheus Augusto Pinto, em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Segundo Nicolino, a versão sustentada por Matheus precisa ser investigada.
“Até agora, o que nós temos é a versão dele de que foi um disparo acidental. É claro que a polícia precisa aprofundar agora as investigações. Precisamos ouvir vizinhos, precisamos ouvir parentes, os laudos periciais precisam estar juntados no inquérito. Precisamos também saber as mensagens que estão no celular dela, dele, áudios, pra ver se o casal realmente vivia uma situação de normalidade”.
Advogado do suspeito, Rafael Aparecido da Silva Anastácio afirmou à EPTV, afiliada da TV Globo, que vai deixar o celular de Matheus à disposição da justiça.
“A gente vai deixar à disposição da justiça para que seja verificado, seja feita perícia no celular, para que seja demonstrado que nunca houve maus-tratos, nunca houve ‘ai, quero te abandonar, largar do relacionamento’, nunca”.
A família de Ana Júlia também pediu para incluir as trocas de mensagens nas investigações. Durante o velório da jovem, na segunda-feira (29), houve bate-boca quando Matheus apareceu no local.
Ana Júlia dos Santos Borsoi Pereira morreu após ser baleada dentro de casa m Ribeirão Preto (SP)
Arquivo pessoal
Suspeito apresentou versões diferentes à polícia
Ana Júlia morreu no domingo (28), quase 24 horas após ser atingida por um tiro no tórax. O crime aconteceu por volta das 21h do sábado (27), no apartamento onde a mulher e o suspeito viviam, no Residencial Jequitibá, em Ribeirão Preto (SP).
A vítima chegou a ser socorrida com vida e encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leste e transferida em seguida para a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE).
De acordo com o boletim de ocorrência registrado no sábado, em um primeiro momento, Matheus disse que estava em uma praça quando ouviu o tiro e viu Ana Júlia ferida no tórax. Ele a socorreu e a levou até a UPA.
Matheus Augusto Pinto é suspeito de disparo que matou a companheira dele, Ana Júlia, em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Durante o depoimento à polícia, no entanto, ele confessou que manuseava a arma quando ela disparou e atingiu Ana Júlia. Ele também disse que ligou para um amigo e deixou o apartamento aberto para que o rapaz fosse até o local retirar e esconder o revólver.
Procurado pelos policiais, o jovem, de 21 anos, confessou envolvimento e indicou o local onde deixou o revólver, em uma árvore na Praça Joaquim Nogueira, no Recreio Anhanguera.
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