26 de dezembro de 2024

Moradores que deixaram prédio interditado são transferidos para imóveis temporários enquanto o local passa por obras de reforço

Construtora informou por meio de nota que ‘está trabalhando para garantir uma transição tranquila, buscando acomodar com conforto todos até que o edifício esteja pronto para seu retorno.’ Prédio foi interditado no dia 8 de abril após problemas estruturais. Edifício Roma, em Montes Claros
Francyne Perácio/Inter TV
Os moradores que tiveram que deixar o edifício Roma, interditado em Montes Claros desde o dia 8 de abril por problemas estruturais, estão sendo transferidos dos hotéis para casas e apartamentos temporários enquanto o local passa pelas obras de reforço.
A construtora Turano informou por meio de nota que “está trabalhando para garantir uma transição tranquila, buscando acomodar com conforto todos até que o edifício esteja pronto para seu retorno.”
A empresa destacou ainda que está comprometida em seguir as formalidades legais “garantindo que o Edifício Roma seja entregue aos proprietários como o edifício mais seguro de Montes Claros, com todas as perícias independentes concluídas e validadas.”
Segundo o Corpo de Bombeiros, 45 pessoas que moram no Roma precisaram sair de suas residências. Além delas, moradores do entorno e comerciantes também foram afetados, já que imóveis em um raio de 60 metros do prédio foram esvaziados. O trânsito também ficou fechado na região.
Após a elaboração de um laudo feito por uma empresa independente, a corporação autorizou a liberação do entorno no dia 23 deste mês.
Laudo para a liberação do entorno do edifício interditado em Montes Claros é enviado para o Corpo de Bombeiros e MPMG
“A partir de hoje, com o respaldo desse laudo de segurança, a gente não vê mais necessidade do isolamento tal qual está sendo feito. A gente acredita que a vizinhança já pode retornar às suas atividades normais, a única exceção são os moradores da edificação sinistrada.”
Júlio César Tóffoli destacou ainda que a corporação continuará a fazer o monitoramento diário do prédio.
“Diariamente nós monitoramos a inclinação e as trincas do prédio, se houver alguma mudança nesse cenário, a gente não vai aguardar outro laudo, a gente retorna e toma as medidas necessárias para restabelecer a segurança das pessoas.”
Sobre as causas do problema que culminou na interdição do prédio, o coronel disse que não cabe ao Corpo de Bombeiros entrar na parte técnica, ressaltando que a função da corporação é garantir a segurança da população.
“O que nos dá essa segurança é o trabalho que foi feito desde o dia do sinistro até hoje e a participação de uma empresa independente, inclusive foi uma exigência do Ministério Público, então todos os requisitos foram cumpridos por essa empresa independente e é um laudo técnico, um laudo pericial. Toda essa situação nos deixa em uma condição de segurança para permitir que a população retorne aos seus lares e retome a sua vida. Se houvesse uma dúvida, uma questão que fosse, a gente não estaria tomando essa medida de liberação das residências.”
O vídeo abaixo, feito por drone, mostra local danificado no prédio:
Vídeo mostra prédio evacuado em Montes Claros
Conteúdo do laudo
Conforme a empresa contratada, assim que o edifício foi interditado, a construtora solicitou análise do projeto estrutural original para verificar as causas do problema e o monitoramento da estrutura para permitir a entrada de funcionários para a execução do escoramento.
Com a ajuda de um software, a empresa aponta ter identificado a seguinte situação:
“Deficiência de rigidez no núcleo composto pelos elevadores e escada, além de tensões de compressão elevadas em alguns pilares até o piso do 12º pavimento. Também foi constatado que, na transição dos pilares do 3º pavimento, onde a transmissão dos esforços e realizada diretamente pela placa da laje nervurada, as tensões de punção nos capiteis e as deformações do elemento portante estão maiores que os valores previsto na normativa técnica vigente.”
O laudo detectou que é provável que o problema tenha ocorrido por conta da “flexibilidade exacerbada da estrutura, associada as elevadas tensões de trabalho.”
Após analisar o cenário, o documento diz “todas as não conformidades identificadas serão solucionadas por meio de reforço e recuperação da estrutura.”
Para decidir pela liberação do entorno, a empresa contratada destaca que considerou o escoramento já feito, a manutenção do prédio no prumo, a normalidade dos fatores climáticos e geológicos na região, a realização de intervenções seguindo as normas técnicas e que a circulação de veículos não interfere nas soluções de escoramento.
Já sobre a desinterdição do Roma, o laudo recomenda “a continuidade do monitoramento e a imediata execução do projeto de reforço estrutural, que se encontra em fase final de elaboração, visando a liberação segura e rápida para o retorno dos moradores.”
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