20 de setembro de 2024

Entenda como mão de obra temporária explica criação de 2,4 mil vagas em Campinas em março

Economista do Observatório PUC-Campinas avalia que dados do Caged mostram que setor de serviços atende, em parte, demandas da indústria, que aposta na terceirização para redução de custos. Carteira de trabalho
Gilson Abreu/AEN
A contratação de mão de obra temporária impulsionou o setor de serviços e ajudou Campinas (SP) a fechar o mês de março com saldo positivo de 2.447 vagas de emprego formal, segundo dados do cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira (30).
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Construção, que apresenta momento de alta por conta da expansão de empreendimentos na metrópole, e comércio também tiveram mais contratações do que desligamentos em março de 2024. Por outro lado, a indústria perdeu postos de trabalho com carteira assinada em março.
O volume representa um aumento de 85,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a metrópole fechou o mês com saldo positivo de 1.317 vagas formais.

Mão de obra temporária
Os números mostram que do saldo de 2 mil vagas criadas em serviços, 795 delas foram em locação de mão de obra temporária, movimento que ajuda explicar, em parte, os dados negativos da indústria.
Eliane Navarro Rosandiski, economista do Observatório PUC-Campinas, detalha que a maior parcela dessas vagas foram criadas para atendimento às demandas da indústria, que reforça uma estratégia em redução de custos com a terceirização.
Do fluxo de admitidos no mês de março, por exemplo, 1,7 mil trabalhadores foram contratratos como embaladores e alimentadores de linha de produção, sendo 80% deles em contratos temporários.
Apesar do perfil de contratações absorver mais jovens entre 18 e 24 anos, com ensino médio e faixa salarial mais baixa, o atual cenário do emprego é positivo.
“A recuperação de trabalho vem acontecendo de fato, com um mercado de trabalho com uma boa condição de geração de vagas de emprego, uma pequena tendência de aumento no padrão de remuneração, embora essas vagas tenham um padrão baixo. Mas a boa notícia é há cada vez mais pessoas empregadas nas famílias, gerando consumo”, explica Eliane.
A professora e economista Eliane Navarro Rosandiski durante entrevista à EPTV
Vaner Santos/EPTV
Ou seja, embora muitas das vagas recentes não tenham um melhor padrão de remuneração, o movimento sustentado de contratações tem diminuido as taxas de desemprego e ampliado a renda familiar, aumentando o consumo geral.
“Momento de um mercado que consegue minimamente se recuperar, isso é uma coisa boa. É um comportamento positivo, dentro do esperado, com a disputa sendo traçada: de um lado as empresas tentando obter vantagem na forma de contratação, por outro lado o mercado aquecido e cada vez entrando mais pessoas”, completa a economista.
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