Com a mudança e a nova perspectiva, a Moody’s acompanha outras duas agências de classificação de risco. Após seis anos, agência de risco Moody’s melhora perspectiva de nota de crédito do Brasil
A classificação de risco é uma nota que agências especializadas em análise de crédito dão à capacidade de uma empresa ou país em honrar o pagamento de suas dívidas. Serve como uma espécie de índice de segurança para os investidores.
A Moody’s trabalha com notas por letra: A, B e C. O Brasil já esteve mais próximo do alto da tabela.
Em 2009, o segundo governo Lula recebeu da Moody’s o grau de investimento, o selo de bom pagador que favorece receber mais recursos financeiros de investidores estrangeiros.
Em 2016, no governo Dilma Rousseff, a agência rebaixou a nota, e o Brasil perdeu o grau de investimento.
Em 2018, perspectiva passou de negativa para estável.
Na avaliação de agora, a agência mais uma vez manteve o Brasil no grau intermediário – o Ba2. Um grau especulativo, indicando um risco maior para investimentos.
Mas mudou a perspectiva de crédito de estável para positiva, o que sinaliza que pode elevar a nota no futuro.
A Moody’s considerou que as perspectivas para o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do brasil são mais robustas, como consequência da implementação de reformas estruturais em vários governos, bem como pela presença de barreiras institucionais que reduzem a incerteza sobre a direção futura das políticas públicas.
A mudança tem como base a avaliação de que um crescimento mais forte combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir que o peso da dívida do brasil se estabilize. No entanto, há riscos para a continuidade da execução da consolidação fiscal pelo governo.
Ao mudar para positiva a perspectiva de nota de crédito do brasil, a Moody’s acompanha outras duas agências de classificação de risco.
Em julho do ano passado, a Fitch já havia elevado a nota do Brasil. Em dezembro, foi a Standard and Poors.
Em uma rede social, o presidente Lula escreveu que o Brasil voltou a ser respeitado no mundo e voltou a ter credibilidade econômica e ambiental. Isso é bom para todo mundo.
Também em uma rede social, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a mudança “tem a ver com o trabalho conjunto dos três poderes, que colocaram os interesses do país acima de divergências superáveis. Mesmo com a deterioração momentânea da economia global, o brasil caminha e recupera credibilidade econômica, social e ambiental. Temos muito a fazer!”.
O economista Gustavo Loyola diz que para voltar a ter o chamado grau de investimento, o principal desafio do país é alinhar esforços entre os poderes para melhorar as contas públicas.
“Basicamente na área fiscal é onde os esforços devem ser concentrados, basicamente o cumprimento do arcabouço fiscal, a entrega daquilo que foi prometido em termos de superávit primário. Basicamente é isso. Claro, há outras reformas, como, por exemplo, a reforma tributária, que é importante, mas a questão fiscal ela é a meu ver é muito central nesse processo”, analisa o economista.
LEIA MAIS
Entenda o que fazem as agências de classificação de risco
Agência Fitch eleva nota de crédito do Brasil de BB- para BB