19 de janeiro de 2025

De cientista a liderança, empresária de SC exporta tecnologia sustentável para mais de 150 países

Desde que decidiu recalcular a rota e substituir jaleco pelo traje executivo, Betina Giehl Zanetti Ramos, de 46 anos, se dedica a construir um ambiente tecnológico mais feminino no estado. De cientista a liderança, empresária de SC cria empresa e exporta tecnologia sustentável para mais de 150 países
Wil Kotzler/Divulgação
Cientista, líder, mãe e esposa: é assim que Betina Giehl Zanetti Ramos, de 46 anos, se descreve. Múltipla, a catarinense é formada em farmácia, fez mestrado e doutorado na área, e chegou a dar aula de graduação.
Após anos como pesquisadora, em 2008 criou uma empresa com foco na sustentabilidade e atualmente exporta ingredientes microencapsulados para o segmento cosmético e farmacêutico para mais de 150 países.
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Natural de São Miguel do Oeste, no Oeste de Santa Catarina, ela também atua, desde 2021, como Diretora do Grupo Temático de Mulheres da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), em Florianópolis.
Desde que decidiu recalcular a rota e substituir o jaleco de cientista pelas roupas executivas, se dedica também em construir um ambiente tecnológico mais feminino.
Sou autêntica e trago as forças femininas para o meu estilo de liderança de forma cordial e empática. A mulher, quando alinhada a sua essência, será capaz de liderar como uma mãe sendo amorosa, justa e buscando sempre o melhor para a sua equipe e para a sua organização.
Destaque no estado, porém, Betina é minoria na área em que atua. No setor tech, as mulheres representam 30% da força de trabalho, segundo a pesquisa feita em conjunto por PretaLab e ThoughtWorks.
Na indústria, o número é ainda menor, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI): mulheres ocupam 29% dos cargos de liderança no Brasil.
“O empreendedorismo é um ato de coragem que nos leva a desenvolver nossa criatividade, sonhar e engajar pessoas para nos ajudarem e realizar este sonho. Ele é também o melhor instrumento para o desenvolvimento humano”, afirma.
Para construir a carreira de empresária, Betina afirma que precisou desenvolver habilidades durante o crescimento da empresa. Isso porquê, no caminho, além dos números e do universo quase sempre masculino, como cientista, as habilidades de forma muito solitária.
Mas se por um lado, os anos que investiu na pesquisa fizeram a caminhada para o empreendedorismo se tornar mais desafiadora, por outro, o conhecimento ao longo dos anos na área a ajudaram na forma como é tratada nos ambientes corporativos por onde passa.
“O fato de eu ter trilhado uma trajetória acadêmica ajudou muito na forma de eu ser tratada com muito respeito nos ambientes corporativos por onde passo, seja com clientes ou investidores”, afirma.
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✅ Sustentabilidade
A empresária ocupa a presidência da Nanovetores, companhia de Santa Catarina que criou junto com o companheiro, Ricardo Ramos. Com o conhecimento que adquiriu nos anos de cientista, ela ajuda a desenvolver ingredientes microencapsulados para o segmento cosmético e farmacêutico. Com olhar para a economia verde, os produtos são veganos e sem crueldade animal.
“Sempre amei e respeitei muito a natureza. Entendo que ela é uma fonte inesgotável de sabedoria e usufruir da generosidade dela com respeito é essencial. Portanto, nossa tecnologia é totalmente sustentável e visa potencializar o benefício dos ativos naturais”, afirma.
O que é o GT Mulheres Acate
O grupo tem o propósito de impulsionar a presença feminina no setor de tecnologia dando visibilidade para as mulheres que já são protagonistas nesta área. A iniciativa também busca incentivar mulheres e meninas a encontrarem na tecnologia oportunidades de trabalho.
➡ Esta reportagem integra o projeto Antonietas, da NSC
Projeto Antonietas
Lançado em 2 de maio, o projeto Antonietas, da NSC, visa ampliar voz, espaço e visibilidade a mulheres catarinenses que são destaque em suas áreas de atuação.
O projeto inspirado em Antonieta de Barros terá conteúdos em todas as mídias, com múltiplos formatos. Mulher, jornalista, negra, professora e uma das primeiras mulheres a serem eleitas no Brasil, Antonieta teve, entre seus ideais, a emancipação feminina, firmada em 1979.
A iniciativa surge com um holofote perene e apolítico inclinado para exemplos, histórias reais, iniciativas, discussões comportamentais que valorizam a mulher e a colocam no lugar onde sempre deveria ter estado: o de paridade.
A partir deste lançamento, serão veiculados conteúdos que valorizam a força da mulher catarinense e, sobretudo, contam suas histórias inspiradoras e desafios enfrentados no decorrer do caminho.
Projeto Antonietas
Arte/NSC
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