Dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Carteira de trabalho
Agência Brasília/Arquivo
Sergipe tem 580 mil mulheres fora do mercado de trabalho. Os dados fazem parte Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, que foram divulgados nesta quarta-feira (6), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
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O levantamento realizado em 2023 aponta ainda que na época havia 473 mil mulheres com 14 anos ou mais trabalhando, enquanto 70 mil estavam desempregadas.
Nas regiões Nordeste e Norte, o estudo apontou as maiores proporções de mulheres ocupadas que recebiam até um salário mínimo, sendo que em Sergipe, a maioria delas ou 65,5% recebia até o piso nacional, deixando o estado na terceira posição no ranking, juntamente com os estados do Ceará e Piauí, que registraram igual resultado.
O estado registrou também desigualdade entre as trabalhadoras em relação a cor ou raça, apontando que (67,7%) das mulheres negras (pretas e pardas) recebiam até um salário mínimo, enquanto o percentual das não negras era de 58,4%.
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Na comparação com a média nacional, foi observado que a proporção de ocupadas no mercado de trabalho era menor em Sergipe (85,2%) do que no Brasil (90,8%). Enquanto a taxa de desocupação das mulheres sergipanas (14,9%) era superior à média nacional (9,2%).
No comparativo com a taxa de desocupação dos oito outros estados do Nordeste, Sergipe apresentou a segunda maior taxa de desocupação feminina (14,9%), menor apenas que o estado da Bahia (16,2%). O Maranhão se destacou com a menor taxa de desocupação das mulheres (8,0%).
Sobre o rendimento médio mensal, Sergipe seguiu os números nacionais, em que as mulheres apresentam menor remuneração, quando comparadas aos homens. No 4º trimestre de 2023, elas possuíam R$ 1.870 de rendimento médio, 7% a menos do que o rendimento dos homens, que era de R$ 2.010.
Informalidade
A taxa de informalidade das trabalhadoras sergipanas indica que quase metade das mulheres que estavam ocupadas no estado não tinham proteção trabalhista ou previdenciária (49,3%), agravando a vulnerabilidade social delas.
Em relação aos demais estados nordestinos, a informalidade laboral feminina do estado ficou na terceira posição, juntamente com o Piauí, atrás apenas da Bahia e Ceará. Já o Rio Grande do Norte teve a menor taxa (38,2%).
Em linhas gerais, a análise destacou que as mulheres enfrentam mais adversidades do que os homens em sua inserção produtiva, com maior presença no desemprego e em postos que subutilizam a sua força de trabalho. Além disso, elas exercem atividades desprotegidas de direitos trabalhistas e previdenciários. O levantamento apontou ainda que elas se encontram mais na inatividade, por assumir os afazeres domésticos e cuidados com a família.