20 de setembro de 2024

Intérprete de mascote do Inter é ouvido pela polícia em segundo caso de importunação sexual no RS

Polícia Civil investiga as duas ocorrências em um mesmo inquérito. Torcedora colorada e repórter dizem ter sido importunadas pelo funcionário do clube, que foi afastado do trabalho. Mascote Saci, do Internacional
Reprodução/Sport Club Internacional
O intérprete do mascote do Internacional prestou um novo depoimento à polícia, nessa quarta-feira (6). O homem, que não teve o nome divulgado pelas autoridades, é investigado por um segundo caso de importunação sexual contra mulheres no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.
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O novo boletim de ocorrência foi registrado, na segunda (4), por uma torcedora do Inter. Ela diz ter sido importunada ao pedir para tirar uma foto com o mascote antes do clássico Grenal do dia 25 de fevereiro. Ao fim da mesma partida, uma jornalista teria sido abraçada e beijada sem consentimento pelo homem.
De acordo com a delegada Cristiane Ramos, diretora da Divisão de Proteção à Mulher (DIPAM) da Polícia Civil, os dois casos são apurados em um mesmo inquérito. O teor do depoimento do suspeito não foi revelado.
“Ocorreu no mesmo local e em circunstâncias semelhantes, então a investigação é conjunta”, explica a delegada.
O Internacional afastou o funcionário até a conclusão da investigação policial.
A repórter que registrou o primeiro boletim de ocorrência obteve, na Justiça, uma medida protetiva contra o suspeito. O homem está impedido de se aproximar, manter contato e expor a jornalista. Ele pode ser preso caso descumpra a ordem judicial.
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Primeira ocorrência
A primeira ocorrência envolvendo o mascote ocorreu após a jornalista Gisele Kümpel, do Canal Monumental, relatar ter sido abraçada e beijada sem consentimento pelo funcionário do Internacional logo após a equipe colorada ter marcado o gol da vitória contra o Grêmio.
“Quando sai o gol, em vez de comemorar com a torcida, ele vem e para do meu lado. Eu estava relatando o lance para o canal e ele vem e me abraça de lado. Fecha os dois braços em mim e fica alguns segundos. Não foi um tapinha nas costas. E ele, com a máscara, vem para me dar um beijo. Senti o suor dele em mim e o barulho do beijo”, conta a repórter.
Gisele disse que ficou paralisada, com o que considera que possa ter sido uma crise de pânico. A repórter foi à delegacia da Polícia Civil no Estádio Beira-Rio e registrou um boletim de ocorrência contra o funcionário.
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Reprodução/Redes sociais e Divulgação/Internacional
Medida protetiva
A Justiça do Rio Grande do Sul concedeu, no dia 3 de março, uma medida protetiva à repórter Gisele Kümpel. O caso tramita sob segredo de Justiça; no entanto, o g1 apurou que o intérprete do mascote está:
impedido de se aproximar da jornalista, da casa dela e de onde ela trabalha em um limite de 300 metros;
impedido de manter contato, seja telefônico ou por meios eletrônicos com Gisele;
impedido de expor a repórter, seja por meio de mensagens, fotos ou vídeos nas redes sociais ou a terceiros.
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