Dados do observatório europeu Copernicus mostram que fevereiro de 2024 foi o fevereiro mais quente já registrado globalmente com uma temperatura média de 13,54°C. Nos mares, o calor na superfície do mar atingiu um novo máximo absoluto de 21,09°C no final do mês. O Oceano Atlântico perto da costa de Funchal, capital do arquipélago da Madeira, em Portugal.
Domínio Público/Wikimedia
Fevereiro de 2024 marcou o nono mês consecutivo de recordes de calor na Terra, anunciaram cientistas do observatório europeu Copernicus nesta quinta-feira (7). O dado considera a temperatura média do ar. Mas além das medições na atmosfera, os cientistas também verificaram recordes no oceano.
Desde junho de 2023, temos registrado um mês mais quente a cada novo período. Um dado preocupante que ilustra claramente que vivemos uma emergência climática, ou uma “era de fervura global”, como definiu secretário-geral da ONU, António Guterres.
Fevereiro junta-se à longa série de recordes dos últimos meses. Por mais notável que isto possa parecer, não é realmente surpreendente, uma vez que o aquecimento contínuo do sistema climático conduz inevitavelmente a novos extremos de temperatura.
Ainda de acordo com o observatório, fevereiro de 2024 foi o fevereiro mais quente já registrado globalmente porque teve uma temperatura média do ar de superfície de 13,54°C, o que equivale a 0,81°C acima da média de fevereiro de 1991-2020 e 0,12°C acima do recorde anterior, em fevereiro de 2016.
Além disso, a temperatura média global nos últimos doze meses (março de 2023 – fevereiro de 2024) é a mais alta já registrada, 0,68°C acima da média de 1991-2020 e 1,56°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.
Anomalia na temperatura do ar à superfície em fevereiro de 2024.
Copernicus Climate Change Service/ECMWF
Recordes no oceano
Nos mares, a situação também é preocupante. Também segundo o observatório europeu, a temperatura média da superfície do mar global para fevereiro atingiu 21,06°C, um recorde quando comparado com qualquer mês do conjunto de dados do Copernicus.
O número ficou acima do recorde anterior de agosto de 2023 (20,98°C).
Fora isso, a temperatura média diária da superfície do mar global atingiu um novo máximo absoluto de 21,09°C no final do mês (veja no gráfico abaixo).
“O clima responde às concentrações reais de gases com efeito de estufa na atmosfera, pelo que, a menos que consigamos estabilizá-los, enfrentaremos inevitavelmente novos recordes de temperatura global e as suas consequências”, acrescentou Buontempo.
Lista de recordes
A marca de temperatura de fevereiro se soma à lista de recordes globais de calor neste e no último ano:
Primeiro, o planeta registrou o mês de junho mais quente da história.
Depois, a marca foi sendo quebrada a cada novo mês: julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro e agora fevereiro.
Além disso, o número de dias que ultrapassou o limiar de aquecimento politicamente significativo de 1,5ºC já atingiu um novo máximo, muito antes do final de 2023.
E, para piorar, pela 1ª vez, o mundo registrou um dia com a temperatura média global 2°C acima da era pré-industrial.
Fora tudo isso, julho de 2023 foi tão quente que pode ter sido o mês mais quente em 120 mil anos, enquanto as temperaturas médias de setembro quebraram o recorde anterior em 0,5°C.
No vídeo a seguir, o g1 explica a crise do clima em gráficos e mapas:
Entenda a crise do clima em gráficos e mapas