Prisão aconteceu em Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador. Binho Galinha, deputado estadual
Agência Alba
O assessor do deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, mais conhecido como Binho Galinha, alvo da “Operação El Patron”, da Polícia Federal, foi preso na quarta-feira (6), em Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador.
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Segundo a Polícia Federal, o homem, que não teve a identidade revelada, estava foragido desde o início de dezembro de 2023. As investigações apontaram que ele era o operador financeiro da organização, suspeita de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada, cometidos na região de Feira de Santana.
A PF informou ainda que ele teria agido para encobrir atividades criminosas do grupo. O homem passou a ser investigado por causa da forte relação com o deputado Binho Galinha, já que ocupava um cargo de confiança no gabinete do parlamentar.
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Em dezembro do ano passado, seis pessoas foram presas preventivamente e 35 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, em Feira de Santana, por suspeita de formarem um uma milícia responsável por lavagem de dinheiro.
Binho Galinha ao lado do filho e da esposa
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Entre os presos estavam três policiais militares, a esposa e o filho do deputado estadual Binho Galinha, Mayana Cerqueira da Silva, de 43 anos, e o filho como João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, de 18.
Em janeiro, os PMs foram transferidos do Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), para o Presídio Federal de Campo Grande, na capital do Mato Grosso do Sul.
Policiais militares presos na Bahia foram transferidos para presídio federal no Mato Grosso do Sul
Humberto Filho/Cecom Imprensa
O deputado é suspeito de chefiar o grupo. Ele não foi preso, por causa do direito ao foro privilegiado. O político se candidatou pelo partido Patriota em 2022 e foi eleito com 49.834 mil votos.
Além das prisões, R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados foram bloqueados no final de 2023.
A produção da TV Bahia apurou a função que eles desempenhavam no grupo. Entenda:
👉 João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano: filho do deputado estadual. Ele era responsável por receber o dinheiro do crime desde quando ainda tinha menos de 18 anos. Ele repassou para o pai cerca de R$ 474 mil.
👉 Mayana Cerqueira da Silva: esposa do deputado estadual. As investigações apontaram movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados à Receita Federal e a maioria das transações feitas por ela envolvem os outros suspeitos.
👉 Jorge Vinícius de Souza Santana Piano: principal operador financeiro da organização criminosa e amigo de Binho Galinha. Conforme investigações, ele movimentou mais de R$ 39 milhões, o que não condiz com o que foi declarado à Receita Federal.
👉 Jackson Macedo Araújo Júnior: conforme investigações, ele movimentou quase R$ 4 milhões, o que não condiz com a condição econômica declarada à Receita Federal.
👉 Josenilson Souza da Conceição: bacharel em direito, o suspeito movimentou em suas contas pouco mais de R$ 1,7 milhão, o que não condiz com o que foi declarado à Receita Federal.
👉 Roque de Jesus Carvalho: movimentou mais de R$ 9 milhões entre janeiro de 2013 e março de 2023, o que não condiz com o que foi declarado à Receita Federal nestes 10 anos.
O g1 tentou contato com os outros investigados que foram presos na operação.
Investigações
As investigações apontaram que o grupo é suspeito por lavar dinheiro de jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada e desmanche de veículos. Em um dos imóveis inspecionados pela Polícia Federal, foram encontradas milhares de peças de carros.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão e prisão diversos bens dos investigados foram bloqueados. Confira:
👉 bloqueio de R$ 200 milhões;
👉 bloqueio de 26 propriedades urbanas e rurais;
👉 10 mandados de prisão expedidos;
👉 35 mandados de busca e apreensão expedidos;
👉 suspensão das atividades econômicas de seis empresas.
Posicionamentos
Deputado Binho Galinha
“Tendo em vista as denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE) e que a pedido da Justiça estão sendo apuradas, com ações no dia de hoje (07) pela Policia Federal, Receita Federal, e o próprio MPE em Feira de Santana e região, o deputado estadual Binho Galinha vem a público esclarecer que está a inteira disposição da Justiça da Bahia, e que tudo será esclarecido no momento próprio. Mantemos nossas atividades pessoais e legislativas sem alteração. Confio na Justiça e estou à disposição para dirimir dúvidas e contribuir quanto a transparência dos fatos. No mais dizer que nosso jurídico está tomando as devidas providências para junto a Justiça prestar os esclarecimentos.”
Filho e esposa do deputado estadual
O advogado Rafael Esperidião emitiu a seguinte nota:
“A defesa que patrocina Mayana Cerqueira e João Guilherme Cerqueira , esclarece que a analisará tudo e o todo que foi anexado aos autos, assim que lhe for franqueada vista da íntegra da documentação. Ademais, é importante frisar que qualquer conclusão nesse momento será meramente especulativa e temerária. Ademais, os acusados se resguardam ao direito de se manifestar no momento processual adequado sobre o que for necessário à elucidação dos fatos e demonstração da verdade. Além disso, se colocam desde já a disposição da justiça, colaborando no que for necessário No mais, reservar-se ao direito de se manifestar apenas em momento oportuno nos autos do processo”.
Polícia Militar
O g1 pediu um posicionamento da Polícia Militar, já que três investigados são PMs que trabalhavam com a cobrança das dívidas por agiotagem e jogo do bicho, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
Assembleia Legislativa da Bahia
A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) informou que não sabia da operação da Polícia Federal e que não haverá nenhum tipo de sanção ao parlamentar enquanto durarem as investigações. Confira íntegra abaixo:
“A Assembleia Legislativa da Bahia não foi informada, muito menos citada, a respeito da Operação realizada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (07/12). As investigações estritamente ocorrem no âmbito policial. Caso a ALBA seja notificada ou instada a se pronunciar, o fará de pronto. O Regimento Interno da Casa não prevê nenhum tipo de sanção a parlamentares durante o transcorrer de investigações”.
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