26 de dezembro de 2024

Suspeito de importunação sexual, intérprete de mascote do Inter teria dito a torcedora que ‘se sentia um adolescente na puberdade’

Um novo registro de ocorrência contra o homem foi feito na Delegacia de Atendimento à Mulher, em Porto Alegre, desta vez por uma torcedora do Inter. Funcionário afastado do clube já era investigado por abraçar e beijar repórter sem consentimento durante clássico Gre-Nal. Mascote Saci, do Internacional
Reprodução/Sport Club Internacional
Detalhes de um novo registro de ocorrência de importunação sexual contra o intérprete do mascote do Inter foram divulgados pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (7). De acordo com a delegada Cristiane Ramos, diretora da Divisão de Proteção à Mulher (DIPAM), uma torcedora colorada teria sido tocada na cintura, nos braços e nos seios pelo homem ao pedir uma foto antes do Gre-Nal disputado no Beira-Rio, no dia 25 de fevereiro.
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“Antes de entrar no jogo, [a torcedora] solicitou fazer uma foto com o personagem, momento em que informou ter sido segurada com força, inicialmente na cintura. Após, nos braços, momento em que ele disse uma frase com conotação sexual, afirmando que com ela “se sentia um adolescente na puberdade”‘, relatou a delegada.
Conforme a delegada, em uma imagem apresentada à polícia pela torcedora, é possível verificar que uma das mãos do mascote encosta nos seios da mulher. Ela “se sentiu muito mal” e deixou o estádio antes do início da partida.
O suspeito, que não teve o nome divulgado pelas autoridades, já é investigado por abraçar e beijar sem consentimento uma jornalista, durante o mesmo clássico Gre-Nal.
O Internacional afastou o funcionário, que está impedido de se aproximar da repórter por ordem da Justiça. Caso o homem descumpra a medida protetiva, ele poderá ser preso. Ele prestou depoimento à Polícia Civil, mas o teor das declarações não foi divulgado para não prejudicar as investigações.
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Relembre o caso
A jornalista Gisele Kümpel, do Canal Monumental, relatou ter sido abraçada e beijada sem consentimento pelo funcionário do Internacional logo após a equipe colorada ter marcado o gol da vitória contra o Grêmio.
“Quando sai o gol, em vez de comemorar com a torcida, ele vem e para do meu lado. Eu estava relatando o lance para o canal e ele vem e me abraça de lado. Fecha os dois braços em mim e fica alguns segundos. Não foi um tapinha nas costas. E ele, com a máscara, vem para me dar um beijo. Senti o suor dele em mim e o barulho do beijo”, conta a repórter.
Gisele conta que, depois do caso, que aconteceu nos últimos instantes da partida, ficou paralisada, com o que considera que possa ter sido uma crise de pânico. A repórter foi à delegacia da Polícia Civil no Estádio Beira-Rio e registrou um boletim de ocorrência contra o funcionário.
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A Justiça do Rio Grande do Sul concedeu, no dia 3 de março, uma medida protetiva à repórter Gisele Kümpel. O caso tramita sob segredo de Justiça; no entanto, o g1 apurou que o intérprete do mascote fica:
impedido de se aproximar da jornalista, da casa dela e de onde ela trabalha em um limite de 300 metros;
impedido de manter contato, seja telefônico ou por meios eletrônicos com Gisele;
impedido de expor a repórter, seja por meio de mensagens, fotos ou vídeos nas redes sociais ou a terceiros.
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Nota do Inter
O Sport Club Internacional reitera que o funcionário que interpreta o seu mascote encontra-se afastado das funções até a conclusão de quaisquer investigações e permanece à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos que se façam necessários.
O Clube reforça sua posição de veemente repúdio a todo e qualquer tipo de violência ou constrangimento contra as mulheres e segue colaborando ativamente para a elucidação dos fatos, constantemente aberto para ouvir e acolher qualquer pessoa que nos procure, bem como dar os encaminhamentos adequados nas esferas competentes.
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