Suspeito ficou no local e tentou criar suspeitas sobre outras pessoas. Homem decidiu cometer crime por não conseguir pagar dívida de R$ 250 mil. Empresário é assassinado a tiros ao sair de casa para receber encomenda, diz PC
O dono de um laticínio Edgar Primo, de 30 anos, que mandou matar o empresário Bruno Bailão Lobo, de 40, fingiu tentar impedir a fuga do atirador Henrique Pacheco de Almeida, de 23, e pediu socorro à polícia, segundo o delegado João Paulo Mendes.
“O Edgar estava na cena do crime e quem aciona a polícia é ele. […] Ao fugir, o executor passa ao lado do Edgar que estava em uma caminhonete e para simular, arranca o tênis e finge que vai jogar no executor que passa por ele e vai embora tranquilamente”, afirma o delegado.
Segundo o investigador, depois que a polícia chega, Edgar continua no local do crime acompanhando o trabalho da polícia e tenta criar suspeitas sobre outras pessoas, na tentativa de esconder a participação no assassinato.
“Ele fica no local com a intenção de saber o que seria apurado, a reação imediata da família e para tentar dissimular sua participação, ele lança histórias vinculadas a outras pessoas para criar situações de conflito que afastassem a responsabilidade dele”, explica o delegado.
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Edgar e Henrique foram presos na quarta-feira (6) em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia. O g1 não conseguiu localizar as defesas deles até a última atualização desta matéria.
Entenda o caso
Bruno Bailão Lobo, empresário que morreu a tiros ao sair de casa para receber encomenda, em Goiânia
Arquivo pessoal e Reprodução/Câmeras de segurança
Bruno foi morto a tiros em frente à sua casa, no Residencial Junqueira, em Goiânia, no dia 15 de fevereiro deste ano. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que Bruno foi surpreendido pelo atirador, levando 11 tiros (assista acima). Ele não resistiu e morreu no local.
Dívida motivou crime
De acordo com a Polícia Civil, Edgar decidiu cometer o crime por não conseguir pagar uma dívida de R$ 250 mil que tinha com a vítima.
“O Edgar remetia os cheques para o Bruno que pegava esses cheques e levava para alguns indivíduos descontarem mediante ao pagamento de juros. O Edgar havia passado R$ 250 mil em cheques para serem descontados e essa foi a motivação do crime. Ele mandou o Bruno descontar e não conseguiu quitar”, explicou o delegado.
Outras tentativas
Conforme a PC, Edgar e Henrique já vinham planejando a morte do empresário há alguns dias. Em duas ocasiões, eles tentaram matar Bruno, mas não conseguiram.
“Em uma ocasião, quando Bruno estava fazendo uma entrega no interior, eles tentaram, mas viram que tinham muitas testemunhas e desistiram. No dia 14, simulam uma entrega e se a vítima tivesse aparecido no portão eles teriam cometido o crime. No dia 15 de fevereiro eles acabam tirando a vida do Bruno de forma brutal’, informou o delegado.
Relação entre mandante e atirador
A polícia informou que Edgar e Henrique se conhecem há 15 anos e que o atirador pediu R$ 15 mil para matar Bruno.
“Ele [Edgar] acabou se valendo do Henrique para cometer esse crime. O Henrique relatou que o Edgar ofereceu para ele cometer esse delito e inicialmente ele recusou, mas depois de refletir acabou decidindo colocar em prática esse delito e cometer o crime a mando do Edgar.
Conforme a polícia, Edgar tem passagens por violência doméstica, ameaça, lesão corporal, posse ilegal de arma de fogo e receptação. Henrique não tem passagem criminal. As armas usadas no crime foram apreendidas.
Armas usadas para matar empresário em Goiânia foram apreendidas pela Polícia Civil
Divulgação/Polícia Civil
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