Criança ficou pelo menos uma hora sozinha em sala e foi resgatada chorando e com frio. Mulher acionou a polícia e registrou boletim de ocorrência. Mãe denunciou creche em Barrinha, SP, que esqueceu bebê de 1 ano no berço e fechou escola
Google Street View/Arquivo pessoal
Um bebê de 1 ano foi esquecido dentro do berço de uma creche em Barrinha (SP) na tarde de quarta-feira (6). A mãe, a auxiliar de limpeza de obra Geovana Cristina Mariano, de 23 anos, afirma que a escola chegou a ser fechada sem que as funcionárias se dessem conta de que a criança ainda estava ali.
Ela acionou a polícia e registrou um boletim de ocorrência. Ao g1, o delegado Reginaldo Félix informou que o caso será investigado como maus tratos, uma vez que a situação expôs a perigo a vida da criança, que estava sob a guarda da creche.
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Geovana contou que tem a ajuda de uma pessoa, que fica responsável por buscar a filha na creche quando ela não pode, por conta do trabalho.
“Eu estava trabalhando e tem uma pessoa responsável que busca ela. A pessoa chegou para buscar e as funcionárias falaram que não tinha mais criança nenhuma e já estavam fechando a creche. Isso era 16h55. Logo depois de uns 15 minutos eu cheguei, aí ela veio me falar que chegou lá para buscar minha filha, minha filha não estava, porque falaram para ela que tinha entregado pra alguém e que já não tinha criança nenhuma dentro da creche. Fiquei desesperada”.
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Geovana então começou a acionar as pessoas da família que poderiam estar com a criança, mas todos negaram que tivessem passado pela creche.
“Eu moro perto da creche, vim correndo para casa. Até então achei que minha tia tinha pegado ela. Cheguei aqui, minha tia falou que não. Perguntei para madrinha dela, que é minha vizinha, falou que também não, liguei para o pai, liguei para a avó, me falaram que também não tinha pegado ela. Voltei pra porta da creche e vi guardas da rua, que entraram em contato com a diretora. Ela chegou e abriu a porta, aí de repente a gente escuta o barulho da minha filha chorando dentro da sala”.
Chorando e com frio
Segundo Geovana, já dentro da creche, elas perceberam que a porta do berçário estava trancada e teve de ser arrombada para que a bebê pudesse ser retirada dali.
“Ela ficou lá dentro quase uma hora e quando a gente pegou ela, ela estava só de fralda e gelada, porque o ar-condicionado estava muito alto. Ela estava chorando, porque estava ouvindo a minha voz, a voz de todo mundo. Ela ficou assustada”.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Barrinha não se pronunciou até a publicação desta matéria.
Segundo Geovana, uma das coordenadoras da creche fez com que ela assinasse um documento e apenas pediu desculpas.
“Fez uma anotação como se fosse uma advertência, me fez assinar e me pediu desculpas. Só que eu não ia deixar as coisas assim. Entrei em contato com a polícia, com o Conselho Tutelar e chamei um vereador daqui da Barrinha. Quando viram o vereador chegando, foram tudo embora”.
O delegado disse que ainda não ouviu ninguém e as pessoas envolvidas no caso estão sendo convocadas para prestar depoimento.
Abalada, a mãe da bebê disse que agora tem medo de deixar a criança na creche e espera providências.
“Ela está mais grudadinha em mim depois do que aconteceu, só quer ficar comigo, no meu colo. Quero justiça e quero que a diretora e a prefeitura paguem, porque elas estão trabalhando em duas para cuidar de 27 crianças no berçário”.
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