Corpo da criança foi achado enterrado dois dias após desaparecimento em Indaial. Suspeitos chegaram a publicar sobre o desaparecimento nas redes sociais Mãe e padrasto abandonam mala usada para transportar criança morta em SC
A mãe e o padrasto presos pela morte da menina de 3 anos que foi encontrada enterrada em Indaial, no Vale do Itajaí, já tinham sido denunciados por maus-tratos e eram investigados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) antes do assassinato, informou o órgão nesta quinta-feira (7).
Para despistar a polícia, o casal criou um cenário através de um sequestro forjado, mas foi flagrado por câmeras dispensando a mala usada para transportar o corpo da criança (veja no vídeo acima).
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A criança tinha um irmão, mas nem Ministério Público e nem Polícia Civil informaram a idade dele. Também não esclareceram se os maus-tratos ocorriam contra os dois.
O procedimento, segundo o MP, foi instaurado em dezembro a partir de um relatório enviado pelo Conselho Tutelar. As denúncias que originaram a atuação da rede eram anônimas.
Investigação
Segundo o Ministério Público, o procedimento buscava reunir elementos mais concretos a respeito do contexto da família, em especial às suspeitas de maus-tratos, em parceria com o Conselho Tutelar e outros órgãos da rede de proteção, como o Centro de Referência de Assistência Social (Creas).
Os suspeitos, no entanto, segundo nota do MPSC, “vinham dificultando a apuração e o acompanhamento dos órgãos de proteção, chegaram até a mudar de endereço”.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, o promotor Djônata Winte informou que o MP teve dificuldades para comprovar os crimes durante a apuração. Após o assassinato, o órgão pediu medida protetiva ao irmão da menina, e a solicitação foi aceita na noite de quarta (6), segundo o MP.
“Tivemos alguns problemas pela atitude do casal. Houve resistência de aderir às recomendações do Conselho Tutelar. A própria mudança de residência, que foi recente, há duas semanas, impossibilitou o contato da rede”, informou.
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Ocorrência
Isabelle de Freitas era considerada desaparecida desde quarta-feira, quando o casal foi até a delegacia relatar que ela havia sido sequestrada. Antes disso, no entanto, familiares já publicavam sobre o desaparecimento nas redes sociais e concediam entrevistas à imprensa, solicitando ajuda para as buscas.
“Inicialmente, foi mantida a mesma narrativa contada à imprensa. Quando a gente passa horas interrogando, a gente consegue desconstrui-la. Quando a gente mostra que a polícia tem todos os elementos que comprovam que essas informações não são verdadeiras, eles confessam”, comentou o delegado.
Conforme o investigador, o corpo da vítima foi enterrado em uma área de mata fechada, às margens das BR-470, em uma cova cavada pelo próprio padrasto.
Os dois tiveram a prisão temporária decretada na noite de quarta-feira. O g1 não localizou a defesa do casal. Eles são investigados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
Vídeo revela casal preso por homicídio abandonando mala onde transportou criança morta após crime em SC
Reprodução/Divulgação
De acordo com Martins, os elementos analisados pela investigação até o momento levam a crer que mãe e padrasto agrediram a criança até a morte. O padrasto confessou ter iniciado o ataque “porque queria corrigir a criança”.
“Ele narra que os dois agrediram a criança e, em determinado momento, ela [a menina] ficou sozinha com a genitora no quarto. Depois, ele volta para o quarto e [eles] a veem morta. Eles entram em desespero e tomam a decisão, em comum acordo, de se livrar do corpo”, relatou.
Isabelle de Freitas, de 3 anos, desapareceu em Indaial
Reprodução/Redes sociais
Entenda o ponto a ponto do crime, segundo a investigação:
Os pais procuraram a polícia e informaram que a criança desapareceu sem deixar vestígios;
Durante as oitivas de mais de 12 pessoas, entre familiares e vizinhos, a polícia identificou contradições nas versões;
Após confessar o crime, o padrasto indicou à polícia o local onde estava o corpo da vítima. Na casa da mãe e padrasto foram encontrados vestígios de sangue;
Peritos verificaram, a partir da aplicação do reagente luminol, presença de sangue em diversos cômodos onde houve tentativa de ocultação do fluído. Exames vão verificar se material era da menina;
A menina foi agredida e, após perceberem que ela estava sem vida, os dois decidiram colocar a vítima em uma mala e enterrar o corpo nas proximidades da BR-470;
Os motivos das agressões seriam uma forma de “corrigir” a criança;
Laudos vão apontar como a criança foi morta;
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