A historiadora e antropóloga foi eleita com 24 dos 38 votos e, assim, se tornou a 11ª mulher imortal na história da ABL. Antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz é eleita nova imortal da Academia Brasileira de Letras
A antropóloga e historiadora Lilia Schwartz foi eleita a mais nova imortal da Academia Brasileira de Letras.
Na cerimônia, as cédulas foram queimadas em um ritual tradicional da academia. Lilia Schwarcz foi eleita com 24 dos 38 votos. E, assim, se torna a 11ª mulher imortal na história da Academia Brasileira de Letras.
Lilia é antropóloga, historiadora, escritora e professora na Universidade de São Paulo. Já publicou mais de 30 livros, muitos deles sobre a história do Brasil – como “O espetáculo das raças”, “Brasil: uma biografia”, “Sobre o autoritarismo brasileiro” e “O sequestro da independência, uma história da construção do mito do 7 de setembro”.
Vencedora do Prêmio Jabuti, o mais prestigiado da literatura brasileira, em várias categorias, Lilia criou em parceria com o marido a editora Companhia das Letras, no final da década de 1980.
“É importante que a gente mantenha a nossa tradição de ter os maiores historiadores brasileiros aqui. Nós já temos vários deles, e a Lilia é uma grande historiadora que vai render bons frutos aqui para a academia”, diz Merval Pereira, presidente da Academia Brasileira de Letras.
Lilia Schwarcz vai ocupar a cadeira de número 9, que era do diplomata e historiador Alberto da Costa e Silva. Ele morreu em novembro de 2023. É um lugar com um valor ainda mais especial para Lilia, que considera Alberto seu segundo pai.
“Desculpe a emoção, Alberto era meu pai afetivo, meu pai emocional, meu pai intelectual. Eu herdei dele essa paixão pela equidade, essa ideia de que o Brasil é um país muito desigual, tanto no critério mulheres como no critério racial propriamente dito”, conta Lilia.
A escritora defende a preservação da memória do país e um olhar mais plural para a nossa história.
“Já dizia Mario de Andrade, seu personagem Macunaíma: triste do país que não tem memória. A ABL é uma instituição de memória, e eu tenho esse compromisso com essa ideia de que nós não precisamos de uma história única. Nós precisamos de uma história plural, inclusiva e que a gente agora invista nesse silêncio, porque eu, como historiadora, sei muito bem que os historiadores muitas vezes precisam lembrar de não esquecer. Então, eu espero cumprir esse papel”, afirma.
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