De acordo com a investigação, a vítima relatou que foi estuprada enquanto estava internada no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul para tratar da Covid-19, em fevereiro de 2021. Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande
Osvaldo Nóbrega/TV Morena
A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou um técnico de enfermagem, de 53 anos, a oito anos e seis meses de prisão por estuprar uma paciente com Covid-19 que estava internada no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), em fevereiro de 2021. O réu foi condenado pelo crime de estupro de vulnerável.
Em fevereiro de 2021, no auge da pandemia de Covid-19, a vítima gravou um áudio para a mãe contando que foi abusada por um profissional de saúde, quando estava totalmente vulnerável e respirava com a ajuda de um cilindro de oxigênio.
Segundo a Justiça, a vítima estava internada na ala de Covid-19, apresentando sintomas de falta de ar, vômito, febre alta e perda de peso, sendo necessário cateter de oxigênio. Três anos após o crime, a condenação do técnico de enfermagem foi celebrada pela mãe da vítima, que foi quem realizou a denúncia.
“Oito anos e seis meses, eu sei que é pouco, mas pelo menos, eu sei que está sendo feita a Justiça. Eu só tenho a agradecer a Deus. Eu sou uma cidadã, eu mereço ser respeitada. A minha família merece ser respeitada. O maior presente do Dia das Mulheres é a Justiça de Deus”, disse a mãe da vítima.
De acordo com a decisão, o réu respondia ao processo solto e a Justiça concedeu o direito de recorrer da sentença em liberdade. A decisão é da 4ª Vara Criminal de Campo Grande. O processo tramita em sigilo.
Estupro dentro do HRMS
Em fevereiro de 2021, a vítima deu entrada no HRMS internada com o diagnóstico de Covid-19. Na madrugada do dia 4 de fevereiro a paciente gravou um áudio e pediu para a mãe levar até a delegacia, denunciando o crime de abuso sexual dentro do hospital.
Conforme a denúncia, depois de passar mal durante a noite, com enjoos e falta de ar, a paciente foi acordada com o técnico de enfermagem passando as mãos nas coxas e na genitália dela, usando um óleo.
“Se acalma meu doce, se acalma e colabora”, disse o técnico enquanto estuprava a paciente.
Mesmo debilitada, a vítima começou a se debater e o barulho chamou a atenção de uma outra enfermeira, que chegou a ir até o quarto. Por medo, a vítima não relatou o abuso à profissional naquele momento, mas pela manhã ela contou sobre o abuso para a mãe e para a direção do hospital.
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