27 de dezembro de 2024

Crateras são vistas em ruas na capital após nível do Rio Acre começar a baixar

Emurb já foi informada sobre erosões. Defesa Civil diz que crateras aparecerão nos próximos dias em vários pontos da capital. Cratera foi aberta em frente ao Mercado dos Colonos, no bairro da Base
Richard Lauriano/ Rede Amazônica
O nível do Rio Acre em Rio Branco começou a baixar na última quinta-feira (7) e nesta sexta-feira (8), algumas crateras foram notadas e sinalizadas nas ruas de Rio Branco para evitar acidentes. A Defesa Civil Municipal explicou que esse tipo de estrago é comum após as cheias e destacou ainda que, caso a erosão seja próximo a residência, é necessário realizar uma vistoria.
👉 Contexto: Em 2024, já são 48 bairros e 23 comunidades rurais atingidas pela cheia do Rio Acre em Rio Branco, e mais de 4 mil pessoas estão desabrigadas, segundo a prefeitura da capital, com dados desta sexta (8). Mais de 70 mil pessoas foram afetadas, direta ou indiretamente, pelo transbordo do manancial.
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Um dos pontos que apresenta cratera fica em frente ao Mercado dos Colonos, no bairro da Base. O superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas, explicou que o local já foi sinalizado e que a Empresa Municipal de Urbanização de Rio Branco (Emurb) foi informada para realizar o reparo.
“Sobre essa cratera, ela já está repassada para Emurb para fazer o reparo. A RBTrans já esteve no local, como está sinalizada, fizemos a demarcação para que nenhum condutor ou pedestre desatento possa vir a cair nessa cratera. Então, eu acredito que como é uma emergência, esse fato não ocorreu só aí, mas em muitos lugares da cidade. Então, a Emurb já está com isso em mãos”, afirmou o superintendente.
Além de crateras, há desmoronamentos em ruas e calçadas
Richard Lauriano/ Rede Amazônica
Até o fechamento desta reportagem, o g1 não consegui contato com a Emurb para verificar quando as crateras que já estão abertas, irão ser consertadas.
O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, em entrevista para a Rede Amazônica, esclareceu que o rio está baixando e não acredita que o manancial volte a subir. Segundo ele, esse tipo de problema nas margens irá aparecer ainda mais após a baixa completa do rio.
“Não cremos que nos próximos dias terá qualquer tipo de repiquete e ele (o rio) vai permanecer decrescendo até futuramente sair da cota de transbordamento. Há locais onde exatamente a água não chegou, mas acaba que pela pressão do solo existem riscos de crateras aparecerem. Nós já tivemos ocorrências com casas que desmoronam. No dia de ontem (7), nós já tivemos que remover família dessas regiões também e esse fator que aconteceu no bairro da base, no centro da cidade, ocorrerá em outras situações, em outros locais, inclusive na região do segundo distrito”, diz o coordenador.
Falcão ainda confirma que crateras aparecerão nos próximos dias em vários pontos da capital. “Infelizmente vão aparecer muitas dessas situações ao longo das margens do Rio Acre, das margens dos Igarapés, porque nós perdemos pressão da água e o solo vai se movimentar. Então é apenas o começo dessa segunda etapa do socorro e do desastre que vai aparecer: muitas crateras, muitos sedimentos de terra e outras situações que a vazante vai trazer pra nós”, lamenta.
O coordenador ilustra como acontecem os deslizamentos após a enchente.
“A partir da vazante ela vai sair essa pressão não vai ter sustentação. É como se uma pessoa estivesse segurando uma parede, tirou a mão essa parede vai ceder, então é um fenômeno muito parecido com isso. Saiu a pressão da água que está pressionando as paredes, ela vai começar a ceder. Além disso se continuar as chuvas e deve continuar agora no mês de de março, essas águas também vão infiltrar e vai escorrer para o rio. Vai levar parte do terreno então vai acontecer esse fenômeno dessa forma”, explicou ele.
Mais crateras devem aparecer após o rio baixar totalmente
Richard Lauriano/ Rede Amazônica
Enchente
O nível do Rio Acre na capital acreana continua diminuindo. Na manhã desta sexta-feira (8), a medição das 6h apresentou a metragem de 17,18 metros, com diminuição de 32 centímetros em comparação à ultima medição de quinta-feira (7) às 18h, segundo a Defesa Civil de Rio Branco. Às 9h, o rio baixou ainda mais para 17,05 metros.
O manancial está acima dos 17 metros há mais de uma semana e na última quarta, alcançou a maior cota do ano, de 17,89 metros. Essa já é a segunda maior cheia da história, desde que a medição começou a ser feita, em 1971. A maior cota histórica já registrada é de 18,40 metros em 2015.
*Colaborou Richard Lauriano, da Rede Amazônica Acre.
Vídeo: g1

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