25 de dezembro de 2024

Operação derruba ocupações irregulares e retira 190 toneladas de lixo usado para aterrar manguezal; dez pessoas são detidas

Crimes ambientais foram identificadas em área equivalente a dois campos de futebol, às margens do rio Jiquiá, na Zona Oeste do Recife. Operação derruba construções irregulares e retira 190 toneladas de lixo em área de mangue no Recife
Uma operação demoliu ocupações irregulares e retirou 190 toneladas de entulhos usados para aterrar um manguezal localizado em área de proteção ambiental no bairro do Jiquiá, na Zona Oeste do Recife (veja vídeo acima).
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Segundo a polícia, dez pessoas que compraram lotes no terreno, ocupado sem autorização do poder público, foram detidas, levados à Depoma para prestar depoimentos e, em seguida, liberadas. Também foram demolidas as habitações que não estavam ocupadas.
“É importante ressaltar que essas construções estavam praticamente dentro do mangue, em área de proteção. Foi a primeira ação, de tantas outras que vão acontecer, na proteção das margens dos rios e das nossas unidades de conservação”, disse o promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Sérgio Souto.
Os detalhes sobre a operação “Salve o Mangue” foram divulgados nesta sexta-feira (31). As irregularidades foram constatadas numa área de proteção ambiental equivalente a dois campos de futebol às margens do rio Jiquiá, nas imediações da Torre do Zepelim.
Em entrevista coletiva, o delegado responsável pelo caso, Ademar Cândido, informou que as investigações continuam, no sentido de identificar as empresas responsáveis pelas obras e pelo aterramento do local. Ao menos três edificações irregulares foram identificadas.
“Essas empresas levam os entulhos, aterram esses mangues — logicamente, existem pessoas envolvidas nessa sistemática de ação — essas áreas são loteadas e oferecidas à venda. Essas pessoas [detidas] compraram esses terrenos e construíram numa rapidez meteórica”, contou o delegado.
De acordo com Ademar Cândido, a operação foi montada a partir de denúncias repassadas pela prefeitura e pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A ação, realizada pela Delegacia de Meio Ambiente (Depoma), contou ainda com o apoio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
A perita criminal Laura Pin informou que as equipes identificaram no local uma área degradada, com lançamento de esgoto e lixo doméstico e eletrônico no mangue e na calha do rio, além do próprio aterramento.
“Todas essas atividades causam vários impactos ambientais, como o assoreamento, em que se diminui a calha do rio e a passagem do rio fica comprometida, o que prejudica a própria população, alagando toda a área, [além de] contaminação do corpo d’água, o que pode causar uma série de doenças”, detalhou a perita.
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Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco
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