Imagens vão ajudar a definir quem serão os beneficiários do Auxílio Reconstrução, que será pago aos moradores que tiveram as casas atingidas. INPE ajuda a mapear áreas inundadas no Rio Grande do Sul
Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) vão auxiliar o Governo Federal a definir os beneficiários do Auxílio Reconstrução, que começou a ser pago aos moradores do Rio Grande do Sul afetados pelas chuvas e enchentes que atingiram o estado.
Até o momento, 34.196 famílias que foram atingidas pela tragédia, vão receber os R$ 5,1 mil do auxílio. Mas o número pode ser ainda maior.
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Mais de 160 pessoas morreram na tragédia que atingiu o estado
TV Vanguarda/Reprodução
As imagens de satélite fornecidas pelo Inpe vão auxiliar a definir o tamanho e a área atingida pela mancha – nome dado para as áreas inundadas.
Inicialmente, as famílias haviam sido definidas como beneficiárias por meio de uma análise de um mapa do Exército e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Apesar disso, satélites que fazem parte da ‘Carta Internacional de Espaço e Grandes Desastres’, mostraram que a área atingida pela tragédia foi ainda maior. O grupo conta com 270 satélites de vários países, incluindo com equipamentos do Inpe, representando o Brasil.
“São 17 agências espaciais que, na ocorrência de algum desastre em qualquer lugar do mundo, essas agências se unem para programar seus satélites para obter imagens dessas regiões afetadas”, afirma Thales Sehn Körting, pesquisador do Inpe.
Em laranja, a área definida pelo satélite do Inpee, em azul, a área definida pelo Exército
TV Vanguarda/Reprodução
As imagens obtidas com a ajuda do Inpe farão com que mais famílias sejam beneficiadas com o Auxílio Reconstrução. A ideia é mapear todos os bairros e moradores atingidos pela enchente por meio das imagens de satélite.
“Nosso trabalho principal é baseado em garantir que as famílias que foram atingidas não deixem de receber o dinheiro por estarem fora das áreas designadas como atingidas pela inundação”, afirma Laércio Namikawa, tecnologista do Inpe.
A área foi mapeada por mais de 270 satélites
TV Vanguarda/Reprodução
Roberto Farina, capitão da Defesa Civil de São Paulo, que tem ajudado no Rio Grande do Sul, afirma que a tecnologia é fundamental para ajudar cada vez mais pessoas.
“Os analistas conseguem enxergar melhor as possibilidades e previsões meteorológicas. Dessa forma, conseguimos agir de forma preventiva, emitindo alertas e orientando a população, e na preparação para receber esses fenômenos climáticos que estão se tornando cada vez mais comuns”, avalia Roberto Farina, capitão da Defesa Civil do Estado de São Paulo.
Até o momento a tragédia já atingiu 473 cidades do Rio Grande do Sul. Mais de 580 mil pessoas ficaram desalojadas e mais de 160 mortes já foram confirmadas.
Auxílio Reconstrução
O Governo Federal começou a pagar o Auxílio Reconstrução nesta quinta-feira (30). O benefício é pago em parcela única de R$ 5,1 mil. O primeiro lote do auxílio será pago à 34.196 famílias que foram atingidas pela tragédia.
Somente o primeiro lote, o Governo Federal espera repassar R4 174 milhões aos moradores.
A expectativa é de que duas listas com o nome de beneficiários do programa sejam divulgadas semanalmente, à medida que os documentos sejam processados e as pessoas sejam consideradas aptas a receberem o valor.
Para a liberação do benefício, é necessário cumprir três fases:
1) Prefeituras: as prefeituras dos municípios afetados devem enviar ao governo federal dados sobre as localidades atingidas e as famílias desalojadas ou desabrigadas no site do Auxílio Reconstrução.
2) Famílias: a pessoa identificada como responsável pela família beneficiada precisa confirmar, desde o dia 27 de maio, o cadastro no site. É preciso acessar o botão Sou Cidadão pela conta registrada no site Gov.br, com o login e senha cadastrados. Caso haja erro de cadastro, as prefeituras deverão receber os cidadãos para corrigir dados, como CPF, endereço ou nome.
3) Pagamento: a Caixa Econômica Federal receberá a lista dos nomes aptos e fará o depósito na conta.
Assim como em auxílios emergenciais anteriores, a responsável por processar os pagamentos é a Caixa Econômica Federal, que disponibiliza o dinheiro por meio de uma conta poupança social aberta automaticamente em nome do beneficiário.
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