27 de dezembro de 2024

Carlos Malta põe ‘O trem azul’ no trilho do jazz em disco que louva Elis Regina

Ás dos sopros aborda em ‘Pimentinha sessions’ algumas músicas do último álbum da cantora, dando sequência ao tributo que o artista lançou em 2000. Carlos Malta lança o disco ‘Pimentinha sessions’ em 7 de junho com músicas como ‘Se eu quiser falar com Deus’
André Garzuze / Divulgação
♪ Ás dos sopros, o instrumentista carioca Carlos Malta tem na discografia alguns songbooks com os repertórios de gigantes da música brasileira. O músico já gravou discos em homenagem a Pixinguinha (1897 – 1973) – louvado por Malta no álbum Pixinguinha alma e corpo (2000) – e Dorival Caymmi (1914 – 2008), celebrado em O mar amor – Canções de Caymmi (2018).
Sem falar no recente álbum com músicas de Gilberto Gil, Carlos Malta e Pife Muderno em Gil (2022), lançado há dois anos com a participação do compositor baiano.
Na próxima sexta-feira, Malta lança mais um tributo, sendo que, em vez de abordar o cancioneiro de um compositor, o flautista, clarinetista e saxofonista se volta para o repertório de uma das grandes cantoras do Brasil, Elis Regina (17 de março de 1945 – 19 de janeiro de 1982).
Gravado por Malta com time de seis jovens talentos formado por Antonio Fischer-Band (piano), Antonio Sechin (saxofone), Fofo Black (bateria), Giordano Gasperin (contrabaixo), Haroldo Eiras (guitarra) e Matu Miranda (vocalizes), o disco Pimentinha sessions é desdobramento de outro disco gravado por Malta com o repertório da cantora, Pimenta, lançado em 2000 e relançado em janeiro deste ano de 2024 com outra capa e com a adição do subtítulo Tributo a Elis Regina.
Os repertórios dos dois discos são divergentes. Se Malta priorizou no álbum Pimenta músicas gravadas por Elis ao longo dos anos 1970, década do auge artístico da cantora, o disco Pimentinha sessions gravita em torno do repertório gravado pela cantora nos álbuns Saudade do Brasil e Elis, ambos lançados em 1980, sendo que o foco recai mais sobre Elis, último álbum da artista.
Em Pimentinha sessions, O trem azul (Lô Borges e Marcio Borges, 1972) parte das Geraes e segue pelo mesmo trilho jazzístico em que Malta e o sexteto equilibram Aprendendo a jogar (Guilherme Arantes, 1980) e no qual Alô, alô, marciano (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1980) – sucesso do álbum duplo Saudade do Brasil – pousa na galáxia do bebop.
Se eu quiser falar com Deus (Gilberto Gil, 1980) completa o lote de músicas abordadas pelos instrumentistas em Pimentinha sessions, disco editado em coprodução fonográfica da empresa Carlos Malta Produções Artísticas com a gravadora Mills Records.
Embora tenha somente quatro faixas, o disco Pimentinha sessions escapa do rótulo de EP porque totaliza quase 40 minutos, sendo que a faixa mais curta tem oito minutos e 12 segundos.
Capa do álbum ‘Pimentinha sessions’, de Carlos Malta
André Garzuze

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