Desenvolvimento da espaçonave Starliner passou por diversos problemas de desenvolvimento e duas contagens regressiva descartadas. Lançamento da nave Starliner, da Boeing, nesta quarta-feira (5) rumo à Estação Espacial Internacional.
AP Photo/Chris O’Meara
Após anos de atraso, a Nasa, agência espacial norte-americana, lançou o primeiro voo tripulado na espaçonave Starliner, da Boeing. Dois pilotos de teste decolaram a bordo da cápsula com destino à Estação Espacial Internacional nesta quarta-feira (5).
A nave espacial passou por um desenvolvimento com diversos contratempos, incluindo problemas com os paraquedas, duas contagens regressivas descartadas e falhas no sistema de propulsão.
Em 2019, o voo de teste da Starliner sem uma tripulação teve que ser repetido devido ao software utilizado pela empresa.
O lançamento desta quarta foi a terceira tentativa de voo com astronautas desde o início de maio. Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams deve levar 25 horas até a Estação Espacial Internacional, com chegada prevista para esta quinta-feira (6).
Os tripulantes devem passar pouco mais de uma semana no laboratório orbital antes de voltar à Starliner para um pouso no deserto no oeste do Estados Unidos, previsto para 14 de junho.
Butch Wilmore e Suni Williams, astronautas da Nasa que estão à bordo da espaçonave Starliner.
AP Photo/Chris O’Meara
Boeing x SpaceX
Há dez anos, a Boeing foi contratada junto com a SpaceX, empresa de Elon Musk, para transportar os astronautas da Nasa para a estação espacial.
A agência espacial queria duas empresas concorrentes do EUA após a aposentadoria dos ônibus espaciais. Foram desembolsados U$ 4,2 bilhões à Boeing e pouco mais da metade desta quantia para a SpaceX, que reformulou a cápsula que já vinha usando para levar suprimentos à estação.
A SpaceX lançou astronautas em órbita em 2020, tornando-se a primeira empresa privada a alcançar o que antes somente três países – Rússia, EUA e China – haviam dominado.
A companhia de Elon Musk levou nove equipes para a estação espacial para a Nasa, além de três grupos privados para uma empresa de Houston que freta voos.
Astronautas Suni Williams e Butch Wilmore à bordo da espaçonave Starliner.
Nasa via AP
A Starliner, da Boeing, e a Dragon, da SpaceX, são projetadas para serem totalmente autônomas e reutilizáveis. No caso da missão desta quarta, Wilmore e Williams devem ocasionalmente assumir o controle manual da nave para verificar seus sistemas.
Se a missão der certo, a Nasa deve alternar entre a SpaceX e a Boeing para voos de táxi para estação espacial a partir de ano que vem.
Crise na Boeing
O lançamento da espaçonave Starliner acontece em meio a problemas de segurança enfrentados pela Boeing em sua divisão de aviões.
Em maio, um funcionário da companhia denunciou preocupações de segurança em relação à fabricação de alguns aviões da empresa. A Boeing alegou que as acusações eram “imprecisas”.
Antes da denúncia, a empresa já vinha enfrentando uma investigação criminal e outros processos na Justiça, depois que uma das portas da saída de emergência de um de seus aviões 737 Max 9 foi ejetada poucos minutos após a decolagem, em janeiro deste ano.
Os passageiros escaparam de ferimentos graves, mas o incidente aprofundou a crise na companhia em uma crise, forçando a paralisação temporária de dezenas de aviões 737 Max 9.
O acidente desencadeou nvestigações regulatórias e levou a Boeing a desacelerar drasticamente a fabricação de suas aeronaves.
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