Empresária cearense foi morta aos 47 anos no Bairro Meireles, em Fortaleza. O réu Aldemir Pessoa era namorado da vítima. Morte de Jamile de Oliveira foi tratada inicialmente como suicídio.
Arquivo pessoal
O advogado Aldemir Pessoa Júnior vai a júri popular. Ele é acusado de ter matado a própria namorada, empresária Jamile de Oliveira, dentro do apartamento dela. O Tribunal de Justiça informou que a sentença de pronúncia foi confirmada nesta quarta-feira (5), pouco mais de 40 dias depois de o caso ser recebido pelo 2º Grau.
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O crime completará cinco anos no próximo mês de agosto. Jamile foi morta aos 47 anos no próprio apartamento, no Bairro Meireles, em Fortaleza.
Inicialmente, a morte estava sendo investigada como suicídio, mas passou a ser tratada como feminicídio, dado que o laudo cadavérico da empresária ia de encontro aos relatos iniciais do advogado Aldemir Pessoa, namorado da vítima.
Além disso, câmeras de segurança registraram agressões do advogado à empresária no estacionamento do prédio e também o momento em que ela foi carregada ferida do apartamento para o elevador pelo namorado. Assim, o namorado da vítima, foi apontado como suspeito.
A defesa havia entrado com recurso contra a decisão da 4ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza, segundo a qual o réu deveria ser levado a júri popular. Ao manter a sentença de pronúncia, a 2ª Câmara Criminal seguiu o entendimento do relator, desembargador Francisco Eduardo Torquato Scorsafava.
O TJCE informou que o magistrado considerou que a reforma da sentença implicaria um “grave malferimento da competência do Tribunal Popular do Júri, pois, diante da probabilidade da prática do ilícito, deixa-se que o Conselho de Sentença conclua quanto à certeza ou não da execução do crime”.
Caso Jamile completa 3 anos e família ainda aguarda fim do processo
O g1 preparou uma linha do tempo com os principais fatos relacionados ao caso:
18 de setembro de 2019: Justiça negou pedido de prisão temporária de advogado suspeito de matar empresária. Na ocasião, a 4ª Vara do Júri determinou que Aldemir Pessoa não frequentasse o apartamento da empresária e mantivesse distância de pelo menos 200 metros das testemunhas do caso, entre outras medidas.
11 de outubro de 2019: laudo pericial apontou que projétil que matou a empresária saiu da arma de Aldemir Pessoa Júnior.
17 de março de 2020: a Polícia Civil do Ceará indiciou o namorado de Jamile pelo crime de feminicídio após quase sete meses da morte da vítima. Documento obtido pelo g1 apontou que Aldemir tentou atrapalhar a investigação do caso por diversas vezes.
31 de agosto de 2020: Procuradoria-Geral de Justiça do Ceará decidiu que namorado da vítima deveria ser acusado pelo crime de feminicídio, além dos crimes de fraude processual, lesão corporal e porte ilegal de arma de fogo.
30 de abril de 2021: Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou Aldemir Pessoa Júnior por feminicídio.
24 de novembro de 2021: primeira audiência sobre o caso é adiada para dezembro em razão de férias do juiz responsável pelo caso, Luís Eduardo Girão Mota, da 4ª Vara do Júri.
7 de junho de 2022: suspeito do crime é denunciado por agressão pela nova namorada. A nova vítima, também advogada, denunciou as agressões em boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher, em Fortaleza.
6 de julho de 2022: áudios mostram Aldemir Pessoa ofendendo e ameaçando a ex-namorada que o denunciou por agressão. Numa das mensagens, ele admitiu que agrediu Jamile com um chute.
3 de agosto de 2022: Aldemir Pessoa Júnior passa a usar tornozeleira eletrônica, monitorada pelo Poder Judiciário. A Justiça também exigiu pagamento de fiança e que suspeito entregasse veículos e armas de fogo.
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