Mais de 20 mil pessoas ainda estão desabrigadas. Muitos abrigos estão sendo desativados, como os da PUC e da Sogipa, que chegaram a receber, ao todo, 728 pessoas. O número de cidadãos que ainda estão em abrigos diminuiu: neste momento são 21 mil
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Nos registros oficiais, as enchentes mataram 172 pessoas no Rio Grande do Sul outras 41 estão desaparecidas. O número de cidadãos que ainda estão em abrigos diminuiu: neste momento são 21 mil.
81 mil pessoas estiveram em abrigos em todo o estado no período mais crítico da enchente. Agora, dia a dia, esse número vem diminuindo. Hoje, 21.624 pessoas estão morando em 409 abrigos – e muitos estão sendo desativados, como os abrigos da PUC e da Sogipa, que chegaram a receber, ao todo, 728 pessoas.
Depois de dois anos no Rio Grande do Sul, duas famílias de venezuelanos deixaram o abrigo e decidiram ir embora. Pediram demissão nas empresas e vão tentar retomar a vida em Foz do Iguaçu, no Paraná.
“Na luta, sempre lutando”, diz Osvaldo Coacuto, desempregado.
O Jornal Nacional acompanhou o retorno da família do pedreiro Francisco Adriano ao bairro Mathias Velho, em Canoas. Eles ficaram 34 dias dentro de um abrigo. No caminho, lembraram do dia que tiveram que sair às pressas de casa.
“Nós fomos para lá com a água pelo pescoço, sacola nas costas. Meu gurizinho no ombro. Na minha família, o único que sabia nadar era eu, e eu temia por eles”, conta Francisco.
Jornal Nacional acompanhou o retorno de famílias para casa no RS
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Esta é a primeira vez que a dona de casa Mariele de Olivera Fagundes está voltando para casa, depois que teve que sair naquele dia terrível, quando tudo lá ficou coberto de água. O marido foi antes e já fez uma primeira limpeza.
“Seguir em frente, com a força que a gente tem para conquistar tudo de novo”, diz Mariele.
Dentro da casa, ficou apenas o freezer comprado a prazo.
“Três meses de uso. Daí, a gente foi na loja para ver se o seguro cobre, mas dizem que não. Agora, vamos pagar sem ter: 15 vezes”, conta o pedreiro Francisco Adriano.
Como sofre de diabetes e precisa tomar injeções diárias de insulina, apenas uma caixa de isopor vai garantir a conservação do remédio indispensável para a Mariele.
Nesta sexta-feira (7), o governo gaúcho anunciou mais de R$ 66 milhões para instalação de 500 casas provisórias em Eldorado do Sul, e demais cidades afetadas na Região Metropolitana de Porto Alegre e Vale do Taquari. As unidades habitacionais modulares serão entregues 30 dias após liberação do terreno pelas prefeituras, que também devem selecionar os beneficiados.
“Nós estamos contratando módulos temporários, que inclusive servirão de suporte para outros futuros eventos ou necessidades específicas do estado, porque eles são reaproveitáveis, eles ficam em um acervo do estado para que sejam utilizados quando necessário”, afirma Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.
A aposentada Anair Ferreira, de 78 anos, está com a saída do abrigo marcada para domingo (9).
“Já está tudo seco, já limparam a minha casa, então já estou indo, né, se deus quiser”, conta.