11 de janeiro de 2025

Fernando de Noronha tem primeiro júri popular; taxista é acusado de crime no trânsito que resultou na morte de motociclista

Ministério Público acusa o motorista de táxi Ailton Pedreira de Souza de cometer acidente de trânsito intencional que resultou na morte de Edilson Miranda da Silva. Júri popular acontece no auditório do ICMBio
Ana Clara Marinho/TV Globo
O primeiro júri popular de Fernando de Noronha teve início, nesta quinta-feira (6). O julgamento acontece no auditório do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio). Segundo os representantes do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) esse foi o primeiro processo de crime contra a vida na ilha, por isso foi necessário realizar na ilha o júri.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) acusou o motorista de táxi Ailton Pedreira de Souza de cometer um ‘acidente de trânsito intencional’ que resultou na morte do motociclista Edilson Miranda da Silva.
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A colisão ocorreu no dia 22 de junho de 2020, na BR-363, nas proximidades no posto de combustível, na região do Porto de Santo Antônio.
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Com base no depoimento das testemunhas, o promotor Fernando Matos indicou no relatório que o taxista havia ingerido bebida alcoólica, invadiu a contramão, colidiu com a moto, negou-se a prestar socorro e ainda tentou fugir do local do acidente.
O relatório do Ministério Público informou que a vítima pediu socorro e que Ailton Souza teria dito que era para ‘Edilson morrer naquele local.
“Há histórias que Ailton Souza fazia zigue-zague no trânsito, a chamada roleta russa. Ele dirigia embriagado, apesar de ser motorista de táxi. Vou pedir a condenação pela maior gravidade da ação praticada”, informou o promotor.
Ailton Pereira (camisa branca) é o réu do julgamento
Ana Clara Marinho/TV Globo
A filha da vítima do acidente Edilaine Gomes acompanhou o julgamento na expectativa da condenação do acusado.
“Eu espero que a Justiça seja feita, não só pelo crime que aconteceu com meu pai. A pessoa que causou o acidente tem histórico. Não foi um acidente, foi um assassinato. São quatro anos de muito sofrimento. Eu sinto a dor de perder meu pai”, falou a filha do motociclista.
O advogado de defesa do acusado Ian Luís Silva falou que acredita na absolvição de Ailton.
“Esperamos que o cliente seja inocentado porque a denúncia do Ministério Público é leviana. A acusação é que Ailton teria atingido a moto de forma intencional. A defesa vai apresentar os argumentos e esperamos que os jurados façam Justiça”, falou o advogado.
O advogado disse, ainda, que o réu consumiu bebida alcoólica, mas que o acidente não foi intencional.
“A ingestão de bebida alcoólica não, automaticamente, conduz a interpretação que ele atingiu, de forma intencional, a motocicleta com a finalidade de causar a morte de uma pessoa”, declarou o advogado do réu.
O juiz João José Rocha Targino disse ao g1 que só se pronunciará ao final do julgamento. A previsão é que o júri popular termine até a sexta-feira (7).
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