Presídio foi inaugurado em novembro de 1990 e está superlotado. Unidade conta com seis pavilhões, além de ala de progressão. Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé
Laurene Santos/TV Vanguarda
Preso desde março de 2019 por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa teve a transferência para Tremembé, no interior de SP, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta sexta-feira (7).
A expectativa é que Lessa integre o grupo de detentos na Penitenciária “Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra”, a P1 de Tremembé, que atualmente está superlotada (leia mais abaixo). Ainda não há uma previsão para que a transferência seja feita.
Ainda na sexta-feira, horas depois da decisão do ministro do STF, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) se manifestou contra a transferência de Lessa para a P2, alegando risco para a segurança do presídio.
Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco e Anderson Gomes
Reprodução
Penitenciária 1
Inaugurada em 22 de novembro de 1990, a P1 de Tremembé é considerada um presídio de segurança máxima no Vale do Paraíba, no interior de SP, sendo a única penitenciária masculina nesse perfil na região.
Entre as penitenciárias do Estado, a P1 de Tremembé é a sétima maior em área construída, com 38.490 metros quadrados. A maior do Estado é a Penitenciária Feminina de Sant’Ana, em SP, com 108 mil metros quadrados de área construída. Veja como é a estrutura da unidade:
Saiba como é a Penitenciária 1 de Tremembé, para onde Ronnie Lessa será transferido
Arte g1
Apesar do espaço amplo e de contar com seis pavilhões, o presídio está superlotado. Segundo os dados da própria SAP, a unidade tem capacidade para abrigar 1.491 detentos, mas atualmente 2.171 presos cumprem pena no local — 680 a mais do que o limite.
A área da P1 de Tremembé tem ainda canil e horta com verduras, onde os presos atuam no cultivo. A unidade também tem espaço para banho de sol e um campo de futebol de terra.
Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé
Laurene Santos/TV Vanguarda
Além dos pavilhões, a P1 conta ainda com setores de inclusão e enfermaria, educação e trabalho, além da escola do regime semiaberto e a ala de progressão. Cozinha, almoxarifado e setor administrativo também compõem a unidade.
Ronnie Lessa será transferido para Tremembé
A inclusão de um novo detento na unidade é semelhante ao que acontece na P2, com o preso permanecendo em uma cela de isolamento de 10 a 30 dias, recebendo roupa de presidiário e corte de cabelo antes de ingressar.
Segundo apurou o g1, os seis pavilhões da P1 não possuem comunicação um com o outro e não existe área comum entre eles.
Os pavilhões são divididos pelo nível de periculosidade, ou seja, quanto maior o número do pavilhão, maior o nível de periculosidade do detento.
Transferência
O ex-policial militar está preso desde março de 2019 por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ronnie confessou ser o assassino em delação premiada.
Segundo a decisão de Moraes, os benefícios previstos na colaboração premiada dependem da eficácia das informações prestadas, “uma vez que trata-se de meio de obtenção de prova, a serem analisadas durante a instrução processual penal”. O ministro entende, entretanto, que isso não impede que, no presente momento, seja realizada, provisoriamente, a transferência pleiteada.
“[Determino] a transferência do colaborador Ronnie ao Complexo Penitenciário de Tremembé,/SP, observadas as regras de segurança do estabelecimento prisional, mediante monitoramento das comunicações verbais ou escritas do preso com qualquer pessoa estranha à unidade penitenciária, inclusive com monitoramento de visitas, enquanto não encerrada a instrução processual em curso”, diz o texto.
Ronnie Lessa detalha em delação como ficou sabendo da morte de Anderson Gomes
Na decisão sobre a transferência, Moraes também retirou o sigilo dos documentos de parte da delação premiada de Lessa, incluindo vídeos.
Os anexos 1 e 2, dos quais o ministro levantou o sigilo, tratam da cadeia do comando e da execução do crime. Ao todo, a delação tem 7 anexos.
Ronnie também contou em delação premiada como foi o planejamento do crime e o que ele ganharia com a execução. O depoimento durou cerca de duas horas. O assassino disse ter acreditado que a proposta criminosa seria o negócio da vida dele.
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