O miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão, de 33 anos, o Pipito, era apontado como chefe da maior milícia do Rio e braço-direito de Zinho. Pipito trocou de carro várias vezes para despistar a polícia antes de ser morto
A Polícia Civil afirmou, em coletiva neste sábado (8), que Rui Paulo Gonçalves Estevão, também conhecido como Pipito, de 33 anos, trocava de carros várias vezes por dia para despistar as autoridades e não ser preso. E nesta sexta-feira (7), antes de trocar tiros com os agentes e ser morto, não foi diferente.
Após ser identificado e receber voz de prisão, o miliciano, segundo a polícia, atirou na equipe da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE).
“Ele trocava de carro para despistar e não ser pego. Ontem, antes de encontrarmos, ele trocou 4 vezes”, afirmou o delegado Willian Rodrigues Cavalcante, da Draco.
A casa onde ele foi encurralado pelos policiais, na Favela do Rodo, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, ficou com várias marcas de tiros nas paredes.
Além dele, dois seguranças que estavam com ele foram baleados. Charles Nascimento de Macedo e Luiz Paulo Leão Borges foram levados para o Hospital Rocha Faria. Eles foram medicados e já estão presos.
Parede da casa onde estava o miliciano Pipito
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Segundo a polícia, Charles Nascimento tem 23 anotações criminais por diversos crimes e estava foragido.
De acordo com a polícia, Pipito tinha uma função relevante dentro da organização da milícia na qual atuava e já vinha sendo investigado há anos. Antes mesmo da morte de Carlinhos 3 Pontes, em 2017.
“Ele tinha uma função relevante na milícia e sempre foi homem de confiança. Estava na quadrilha desde o (Carlinhos) 3 Pontes. Então, tinha muita importância no bando. Desde quando o Faustão foi morto, no ano passado, ele se aproximou do Luiz Antônio. Então, o Zinho deu autonomia para ele após se entregar”, completou o delegado.
O miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão, foi morto ano passado. Ele era sobrinho de Zinho, que se entregou no fim do ano passado. Faustão era considerado até então o sucessor na quadrilha.
“A Draco já monitorava os passos dele há uns meses. Identificamos os carros em que ele se deslocava. Ontem, identificamos ele entrando num desses veículos e passamos a segui-lo. Mas, antes disso, ele entrou várias vezes em outros veículos – em 40 minutos – até interceptarmos ele entrando num imóvel.”
“Lá, tinham dois seguranças que estavam saindo. Eles foram presos. Os agentes cercaram a casa dele. Ele resistiu, trocou tiros, foi baleado, correu até um terreno vizinho e foi preso e socorrido”, disse Cavalcante.
Pipito, em foto recente; criminoso foi morto durante operação policial
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Vídeo mostra miliciano já baleado
Um vídeo obtido pelo g1 mostra o momento que uma pick-up da polícia chega ao hospital com os três baleados (imagens fortes abaixo).
Pipito, apontado como chefe da maior milícia do Rio, é morto pela polícia
Os dois seguranças estão acordados e são levados para serem atendidos. Pipito está desacordado e é colocado pelos policiais numa maca, sem esboçar qualquer reação e com vários ferimentos, um deles pouco abaixo do peito.
O delegado afirmou ainda que Pipito era conhecido por ser violento e mandar matar os inimigos na Zona Oeste.
“Naquela região, ele era muito temido. Ele era odiado ou idolatrado. Sem piedade, ele mandava matar os desafetos”, explicou o delegado.
Pipito foi tirado da caçamba do carro da polícia colocado na maca; segundo a secretaria, ele já estava morto
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