12 de janeiro de 2025

Um em cada cinco servidores públicos que atuam em escolas de Porto Alegre foram atingidos pelas enchentes

Na capital, 1.395 pessoas que atuam na rede municipal foram atingidas diretamente pelas cheias e pelos temporais de maio. Capital tem 99 unidades próprias e 219 conveniadas. Escola JP Cantinho Amigo, de Porto Alegre, atingida por alagamentos
Júlia Azevedo/SMED
Ao menos 1.395 servidores municipais de Porto Alegre que atuam em escolas foram atingidos pelos temporais e pelas cheias, que deixaram 172 mortos no Rio Grande do Sul. Proporcionalmente, um em cada cinco funcionários foi afetado.
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O mapeamento da Secretaria Municipal de Educação (Smed) revela que, deste total, 1.049 atuam em escolas de ensino fundamental e outros 346 trabalham em unidades da educação infantil.
Um dos servidores afetados foi o professor de língua portuguesa e inglesa Adilson Zabiela, que precisou ser resgatado em casa, no bairro Humaitá, na Zona Norte da capital, no dia 5 de maio. Mais de um mês depois, o único retorno possível ao local foi para limpar o primeiro piso da residência.
“Tivemos que ser salvos, resgatados, de lá por voluntários, porque a água já chegava a quase dois metros de altura em frente ao nosso condomínio, e em nossa casa a água passou de um metro de altura”, revela.
Professor fez registros da casa após a enchente
Adilson Zabiela/Arquivo pessoal
Adilson dá aula em uma escola no bairro Sarandi que ficou inundada e afirma que os estragos impedem o retorno dos estudantes – que deverão retomar as atividades em outro local e à distância.
O professor segue afastado por conta do decreto 22.724/2024, que permite o trabalho remoto e até mesmo o afastamento de agentes públicos, até 30 de junho.
Diretora de uma escola na comunidade Morro da Cruz, na Zona Leste de Porto Alegre, Gislaine Coutinho segue vivendo o drama das enchentes no bairro Sarandi, onde mora. Ela afirma que a casa segue alagada desde o dia 4 de maio, quando o dique extravasou, segundo a prefeitura.
“A minha casa, eu digo que a gente perdeu tudo que se compra. Tem memórias, tem afetos, coisas do meu pai e da minha mãe. Meu pai guardava moedas antigas, mas não perdemos ninguém, né, da nossa família. Estamos com todos, não reunidos, né, mas vivos”, diz a diretora.
Casa de diretora de escola segue alagada mesmo após um mês da enchente
Gislaine Coutinho/Arquivo pessoal
A funcionária pública afirma que concilia questões administrativas da escola, que não foi afetada diretamente, com o voluntariado. No momento ela está morando temporariamente em um clube da capital que se tornou centro de distribuição de donativos.
A prefeitura afirma que todas as 99 escolas próprias e 219 parceiras foram atingidas pelas águas. Desse total, 41 foram parcial ou totalmente alagadas, causando grandes transtornos para a retorno às aulas.
77 escolas municipais e 140 unidades conveniadas retomaram as atividades até a última segunda-feira (3) – o que corresponde a 80% das unidades. Com isso, cerca de 50 mil estudantes podem voltar a estudar, de acordo com o município.
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