12 de janeiro de 2025

Caso Rodrigo Carvalheira: mulheres contam detalhes dos estupros; ‘lembro de acordar com ele em cima de mim’

Vítimas relataram para o Fantástico como aconteceram os crimes. Defesa do empresário, que foi preso pela segunda vez, diz que acusações não têm provas. Após ser preso pela segunda vez, empresário Rodrigo Dib Carvalheira foi levado para a Delegacia da Mulher, em Santo Amaro, no Centro do Recife
Reprodução/TV Globo
Duas das cinco mulheres que acusam de estupro o empresário Rodrigo Carvalheira, que tem 34 anos e está preso desde quinta-feira (6), contaram detalhes do que aconteceu no dia em que foram abusadas. Ambas disseram ao Fantástico que perderam a consciência e, quando acordaram, ele estava por cima delas. Um dos casos narrados aconteceu no carnaval de 2019, após uma festa.
“Foram muitas horas de festa, de bebida. E, às 8h, resolvemos ir para a casa de uma amiga nossa. Até que entramos no quarto. Depois disso, eu não lembro mais de nada. Só lembro de Rodrigo em cima de mim cometendo estupro”, afirmou uma das vítimas, que não quis se identificar.
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No dia seguinte, ela trocou mensagens com uma amiga e reclamou de ter sido abandonada por ela. Na resposta, a amiga explicou que Rodrigo Carvalheira a expulsou do quarto. A mulher contou que tomou coragem de denunciar o empresário após saber das primeiras três acusações contra ele, que vieram à tona em abril de 2024.
“Ele só fazia isso com mulheres que estavam vulneráveis e eram mulheres próximas dele. Eu consegui entender que eu não estava sozinha ali, né? E quando você tem o apoio de outras mulheres, tudo muda. Aí você começa a entender que você tem esse poder de poder ajudar outras mulheres a não passarem por isso ou ao menos diminuir esses casos”, declarou.
Estupro na adolescência
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O empresário também foi acusado de cometer um estupro na adolescência (veja vídeo acima). Na época, Rodrigo Carvalheira tinha 15 anos; e a vítima, 16.
“A gente estava bebendo e eu fiquei com Rodrigo nessa festa. E aí ele me levou para o andar onde tinha piscina, sauna do hotel. Os fatos que eu lembro, alguns flashes, é de estar nessa sauna, e acordar com ele em cima de mim. Dele questionar se eu era virgem, porque, enfim, ele tinha visto, enfim, estava com sangue”, afirmou a mulher, que também não quis se identificar.
Uma amiga dessa mulher disse que a acompanhou na farmácia para comprar uma pílula do dia seguinte, porque ele não tinha usado preservativo. A bula do remédio, que foi guardada em um diário na época, foi anexada ao inquérito policial.
“Eu fiquei me sentindo muito culpada, achei que eu que estava errada, que eu me coloquei nessa situação, que eu que tinha bebido. Uma vez que você vê que não foi só com você, então você tira de uma certa forma a culpa e coloca ali realmente um nome para o que aconteceu”, contou a mulher.
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Relembre o caso
Ao todo, cinco mulheres procuraram a polícia para denunciar Rodrigo Carvalheira por estupro. Todas eram amigas dele e dizem que o empresário se aproveitou da confiança delas, em momentos de lazer, para cometer a violência. Os casos aconteceram entre 2005 e 2019;
A Polícia Civil concluiu as cinco investigações e indiciou o empresário por estupro de vulnerável, por entender que no momento da violência as vítimas estavam fragilizadas e sem condições de reação, mas dois inquéritos prescreveram;
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentou denúncia e Rodrigo virou réu por estupro em um dos três processos restantes;
Em abril, o empresário passou seis dias preso. Depois de solto, ele passou a usar tornozeleira eletrônica;
Na quinta (6), Rodrigo foi preso novamente, após o MPPE alegar que uma ligação de Carvalheira para um tio de uma das vítimas seria uma tentativa de interferir nas investigações.
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O que diz o empresário
Rodrigo Carvalheira se defendeu no dia em que foi preso pela primeira vez. “Tudo será apresentado. Sou inocente. São muito minhas amigas, e eu acho incrível que esteja acontecendo isso”, afirmou na ocasião.
Em nota, a defesa do empresário disse que as acusações não têm prova. Baseiam-se unicamente em declarações das supostas vítimas. Afirmou ainda que elas são uma tentativa de prejudicar a repuração e a integridade moral dele.
Após ser preso pela segunda vez, Rodrigo Carvalheira negou qualquer envolvimento com a sobrinha desse amigo e disse estar sendo perseguido pela vítima que entrou em contato com as outras mulheres.
Ainda de acordo com o empresário, ele se relacionou com a vítima de um dos inquéritos, sob consentimento, no carnaval de 2019. Ele afirmou que essa mulher era sua amiga desde a adolescência e questionou a versão de que a relação se tratasse de um estupro, pois organizou o aniversário dela no ano seguinte.
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