13 de janeiro de 2025

Família de idoso morto após levar ‘voadora’ na frente do neto não entende ato ‘tão cruel’

Homem de 39 anos foi preso preventivamente após sair de carro e chutar o peito do idoso, de 77, na frente do neto dele, de 11, em Santos, no litoral de São Paulo. Cesar Torresi morreu após levar ‘voadora’ na altura do peito em Santos (SP)
Arquivo Pessoal e Reprodução
A família de Cesar Fine Torresi, o idoso morto aos 77 anos após levar uma ‘voadora’ na frente do neto, de 11, está em choque e sem entender a atitude violenta de Tiago Gomes de Souza, de 39, preso suspeito de cometer o crime em Santos (SP). O homem teria chutado o peito da vítima após ela se apoiar sobre o carro que ele dirigia enquanto atravessava a rua.
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O caso aconteceu na Rua Pirajá da Silva, no bairro Aparecida, conforme registrado pelo filho da vítima em boletim de ocorrência. Segundo a família, o idoso caiu de costas no chão após levar a ‘voadora’, batendo a cabeça e sofrendo um traumatismo craniano. Ele foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste, onde foi intubado, mas teve três paradas cardíacas e não resistiu.
Ao g1, o filho da vítima, Bruno Cesar Fine Torresi, de 38 anos, afirmou não conseguir entender o motivo da atitude agressiva do suspeito.
“Só posso dizer [que estou] revoltado”, desabafou Bruno. “A família toda está sem entender como uma pessoa pode ter uma atitude dessa com um idoso de cabelo branco e com uma criança ao seu lado”.
Bruno acrescentou que o pai era divorciado e morava em Santo André, tendo como costume visitar os três filhos e seis netos, que moram em Santos, Sorocaba e Jundiaí.
“Nesse final de semana meu pai veio nos visitar e estava indo ao shopping passear com meu filho de mãos dadas. […] A rotina dele era visitar os três [filhos] em cada cidade, pegando os netos e passeando com todos eles”, complementou.
‘Ato tão cruel’
Cesar Torresi morreu após levar ‘voadora’ na altura do peito em Santos (SP)
Arquivo Pessoal e Reprodução/Redes Sociais
A nora da vítima, que preferiu não se identificar, definiu o sogro como uma pessoa “super do bem”, sendo um homem trabalhador e um excelente pai e avô. “No velório dele todos estavam chocados”, disse ela.
Segundo a mulher, pessoas próximas ficaram abaladas ao saberem sobre a causa da morte do idoso. “A gente fica tentando entender o que levou esse rapaz a cometer um ato tão cruel”, desabafou ela.
Na visão da nora, nada pode justificar a ‘voadora’. “O que [o suspeito] ele pagar ainda é pouco pelo que estamos passando. Não [esperávamos a morte do idoso] tão repentinamente como foi, de uma maneira tão trágica, dolorosa e inesperada”, concluiu.
O caso
De acordo com o boletim de ocorrência, a criança relatou ao pai — filho da vítima — que ela e o avô atravessavam a Rua Pirajá da Silva entre os carros, na tarde de sábado (8), porque o trânsito estava parado.
De repente, segundo o menino, um carro avançou na direção deles, freou bruscamente e o idoso se apoiou no capô sem causar danos. No momento em que a vítima e o neto terminaram de atravessar, o motorista foi até eles a pé e deu a voadora, um chute no peito do homem.
A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar no local, viu que o idoso era atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A vítima estava desacordada e foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste, onde foi intubada, teve três paradas cardíacas e não resistiu.
Prisão de suspeito
Vídeo mostra prisão de homem que levou idoso à morte com ‘voadora’ no litoral de SP
O episódio gerou revolta e motivou discussões de pessoas que passavam pelo local. O suspeito correu para um estabelecimento comercial, mas foi localizado pela PM.
Tiago foi levado à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos e, na presença do advogado, não quis se manifestar sobre o ocorrido. O caso foi registrado como lesão corporal seguida de morte.
Após a audiência de custódia, no último domingo (9), o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) converteu a prisão em flagrante para preventiva.
Em nota, o advogado de defesa de Tiago, Eugênio Malavasi, afirmou que solicitará um habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP) para “concessão da liberdade do acusado pela ausência de fundamentos da prisão, que pode ser substituída por medidas cautelares diversas”.
Cesar Torresi morreu após levar ‘voadora’ na altura do peito em Santos (SP)
Arquivo Pessoal
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