Fernando Zambori, de 20 anos, morreu atropelado na frente de uma casa noturna na Zona Sul no dia 13 de agosto de 2022. Motorista Gustavo dos Santos Soares teve pedido de prisão revogado duas vezes e segue em liberdade com medidas cautelares. Primeira audiência ocorreu nesta segunda-feira (10). Fernando Zambori morreu atropelado em agosto de 2022
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A Justiça decidiu agendar para agosto uma nova etapa da audiência de instrução e julgamento do caso do jovem Fernando Zambori, de 20 anos, que morreu atropelado por um motorista de Land Rover na Zona Sul da capital paulista no dia 13 de agosto de 2022.
A decisão foi tomada devido à ausência de uma das testemunhas de acusação na primeira audiência, realizada nesta segunda-feira (10) no Fórum da Barra Funda. A próxima etapa está marcada para o dia 16 de agosto de 2024, quando o caso completa 2 anos.
Segundo o pai de Fernando, Maurício Zambori, a família ainda espera por justiça.
“É uma batalha, mas temos certeza de que iremos vencer e que o ator deste assassinato responderá pelo ou pelos atos já cometidos”, afirmou ao g1.
Fernando morreu após ser atropelado na saída de um estacionando na frente de uma casa noturna no Itaim Bibi, Zona Sul de SP. O laudo do Instituto Médico Legal apontou traumatismo craniano grave como a causa da morte.
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Segundo boletim de ocorrência, um amigo da vítima contou à polícia que estava com Fernando, quando o motorista de uma Land Rover Velar, que estava sem placas e atrás do veículo deles, passou a ofendê-los.
O amigo relatou que retirou o carro e colocou do outro lado da rua. Na sequência, Fernando desceu para conversar com o motorista, quando foi atropelado. Uma câmera de segurança registrou o momento do atropelamento.
O motorista fugiu do local. Ele foi identificado como Gustavo dos Santos Soares após o responsável pela casa noturna fornecer as imagens de câmera de segurança.
A prisão temporária dele chegou a ser decretada, mas no dia 8 de setembro de 2022 a Justiça considerou desnecessária.
De acordo com a decisão do juiz Roberto Zanichelli Cintra, Gustavo contratou advogado e se comprometeu a colaborar com a investigação, como apresentar o carro envolvido na delegacia.
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Com isso, o juiz substituiu o mandado de prisão por medidas cautelares: não sair da cidade de São Paulo por mais de 8 dias ou mudar de endereço sem avisar a Justiça, não se aproximar das testemunhas e manter o contato atualizado.
Houve, então, pedido de prisão preventiva para Gustavo, mas foi indeferido pela Justiça no dia 4 de outubro de 2022 com a alegação de que ele estaria respeitando as medidas cautelares.
‘Fica tranquila, não aconteceu nada’
Gustavo dos Santos Soares (esquerda), acusado de atropelar e matar Fernando Palominio Zambori (direita), após discussão no Itaim Bibi, em 13 de agosto de 2022.
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Uma jovem que estava no carro com o motorista deu detalhes do momento do atropelamento à polícia. Segundo o depoimento da jovem, o motorista havia bebido uísque antes de ela aceitar uma carona para casa.
Quando os dois estavam no estacionamento, Gustavo pediu que meninos que vendiam bala falassem para que um outro motorista retirasse o veículo do caminho.
Conforme o relato dela, Gustavo disse para uma pessoa fora do carro: “Estou pedindo na humildade”. Em seguida, o rapaz, que seria Fernando Palominio Zambori, questionou se o veículo de Gustavo não passaria no espaço.
Irritado, o motorista teria acelerado e atingido a vítima. A testemunha não detalhou se foi com intenção de atropelar ou assustar o pedestre.
Na sequência, o motorista perguntou para os vendedores de bala e eles teriam falado que “só tinha quebrado uma perna”.
Ainda segundo a jovem, assustada com a situação, disse: “Você é louco?” Gustavo teria respondido: “Fica tranquila, não aconteceu nada. Só quebrou a perna do menino”.
Mobilização da família
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Arquivo Pessoal
Ponte da Freguesia do Ó, Avenida do Anastácio, Avenida Paulista, Ponte do Piqueri, Avenida Francisco Mattarazo e Cidade Universitária. Esses foram alguns dos endereços que os familiares e amigos do jovem Fernando Zambori foram por 15 dias para pedir por Justiça em 2023.
A mobilização diária começou em 15 de agosto e ocorreu até o dia 3 de setembro, quando era para ter a primeira audiência. Porém, na época, uma manutenção no Fórum da Barra Funda fez com que fosse adiada.
Cartaz pedindo ‘Justiça por Fernando Zambori’
Arquivo Pessoal