Cassação ocorreu por unanimidade. Câmeras de segurança registraram a cena que motivou a denúncia. Vereador Daniel Bertani, que negou a importunação sexual. Vereador Daniel Bertani é cassado pela Câmara de Salto (SP) após denúncia de importunação sexual
Câmara de Salto/Redrodução
O vereador Daniel Fraga Moreira Bertani (Podemos) foi cassado após denúncia de importunação sexual contra uma assessora parlamentar da cidade. A decisão foi tomada nesta terça-feira (11) durante sessão extraordinária na Câmara de Salto (SP).
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Com nove votos, o plenário cassou o mandato do parlamentar. Eram necessários seis votos para a ação. Houve uma abstenção. A sessão durou aproximadamente 45 minutos.
Ainda durante a sessão, ele foi comunicado da situação e as informações, conforme o presidente da câmara, serão encaminhadas ao Cartório Eleitoral da cidade.
Em sua defesa, antes da aprovação do relatório da Comissão de Ética, o parlamentar afirmou que o julgamento da câmara foi político e não penal. “É uma pena que o meu mandato acabe assim. Tenho absoluta certeza de que vou continuar a minha caminhada”.
Ele também disse que continua a atuar em seu hospital e que segue fiscalizando a administração pública. Por fim, ele agradeceu pelos votos e disse que não era uma despedida para sempre, mas “um até logo”.
Após a cassação, Daniel Bertani questionou a decisão e disse ao g1 que vai buscar a Justiça. “O ato em si foi político, a cassação foi política e a gente vai tentar derrubar ela juridicamente.”
Sobre o caso
Importunação sexual teria ocorrido nas dependências da Câmara de Salto (SP)
Câmara de Salto/Divulgação
Câmeras de segurança flagraram o assédio que teria ocorrido no dia 5 de março de 2024. Um boletim de ocorrência foi registrado e a Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso.
Conforme o documento, durante uma homenagem no Dia Internacional da Mulher, na Câmara, a assessora parlamentar encostou na parede para que o vereador pudesse passar por um biombo. Porém, Daniel Bertani encostou nas partes íntimas dela, segundo a assessora.
Ela relatou à polícia que ficou assustada e procurou o chefe, que também é vereador. Eles buscaram as imagens do circuito interno, que flagraram o caso. As imagens foram entregues para a Polícia Civil.
A defesa da assessora afirmou que foi solicitado junto ao Poder Público o registro do boletim de ocorrência, com pedido de medida protetiva, de forma a resguardar todos os interesses – especialmente por tratar de ser mulher e advogada.
“Diante do apresentado, confiante nos órgão judiciais e no poder público, a vítima aguarda o regular andamento das investigações, confiante na solução rápida e precisa que o caso merece”, acrescenta a defesa.
À época, o parlamentar publicou um post no qual dizia que se “sentiu desconfortável devido à inadequação da arquitetura do local, onde não há espaço para a passagem de duas pessoas no corredor”, afirmou. “Peço desculpas por ter tentado passar pelo mesmo corredor ao mesmo tempo, mas devido a urgência no plenário, tive que passar rapidamente pelo corredor.”
Ele ainda disse que há uma manipulação política, frutos de denúncias recentes que ele teria feito. “É importante destacar que há um pedido de medida protetiva para que eu não acesse mais a Câmara, exatamente no momento em que estou denunciando as irregularidades em projetos que envolvem o aumento de salários dos vereadores e do prefeito.”
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