15 de janeiro de 2025

Justiça do MS inicia procedimentos para transferência de Ronnie Lessa para Tremembé

Ex-policial-militar deixará Penitenciária Federal de Campo Grande após STF atender pedido da defesa. Lessa está preso desde 2019 por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ronnie Lessa durante delação à PF
Reprodução/TV Globo
A Justiça Federal de Campo Grande iniciou os procedimentos para a transferência do ex-policial militar Ronnie Lessa para a Penitenciária 1 de Tremembé, no interior de São Paulo. A data para que a mudança seja efetivada ainda não foi informada.
A transferência foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após um pedido da defesa de Lessa. O ex-policial está preso desde 2019 por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Em um despacho, a Justiça do MS autorizou que Lessa deixe a Penitenciária Federal de Campo Grande e permaneça em celas da Polícia Federal em aeroportos ou outros locais de passagem durante o período de traslado até Tremembé.
Na prática, a medida publicada pela Justiça Federal de Campo Grande dá início ao cumprimento da determinação do STF.
Saiba como é a Penitenciária 1 de Tremembé, para onde Ronnie Lessa será transferido
Determinação do STF
A defesa de Lessa argumentou que, ao ser transferido para São Paulo, Lessa ficará mais próximo da família.
Ao acatar o pedido da defesa, o ministro Moraes determinou que sejam “observadas as regras de segurança do estabelecimento prisional, mediante monitoramento das comunicações verbais ou escritas do preso com qualquer pessoa estranha à unidade penitenciária, inclusive com monitoramento de visitas”.
Moraes disse que a transferência de Lessa para Tremembé foi previamente acordada com o governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
De acordo com a TV Globo, a decisão de transferir Ronnie Lessa para Tremembé está na contramão do posicionamento do secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Marcelo Streifinger. Em manifestação que foi juntada ao processo, ele disse que o presídio não comporta Lessa.
O ex-policial ficará em uma cela individual, sem contato com outros presos.
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Caso Marielle
Ronnie confessou ser o assassino de Marielle Franco e Anderson Gomes em delação premiada. Além disso, ele indicou Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e o irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, como mandantes do crime.
Os irmãos Brazão teriam oferecido a ele e a um comparsa, o Macalé (apelido do ex-PM Edimilson de Oliveira), um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em milhões de reais.
“Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. A gente não está falando de pouco dinheiro […]. Ninguém recebe uma proposta de receber dez milhões de dólares simplesmente para matar uma pessoa”
Ronnie Lessa apontou aos investigadores, com uso de satélite, as supostas áreas onde seriam criados os loteamentos. No relatório das investigações, a Polícia Federal afirma que não foi possível encontrar evidências concretas de planejamento para ocupar a área.
A defesa de Domingos Brazão afirmou que não existem elementos que sustentem a versão de Lessa e que não há provas da narrativa apresentada.
Os advogados de Chiquinho afirmaram que a delação de Lessa “é uma desesperada criação mental na busca por benefícios, e que são muitas as contradições, fragilidades e inverdades”.
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